Ministério da Cultura e Bradesco
apresentam
Denise Fraga, Tuca Andrada, Fábio Herford, Romis Ferreira,
Maristela Chelala, Renato Caldas, Eduardo Estrela, Beto Matos, Luiz Ramalho, David Taiyu, Fábio Nassar,
Fernando Neves e Rafael Faustino
em
A VISITA DA VELHA SENHORA
De Friedrich Dürrenmatt
Tradução: Christine Röhrig
Stage rights by Diogenes Verlag AG Zürich
Adaptação: Christine Röhrig, Denise Fraga, Maristela Chelala
Direção Geral: Luiz Villaça
Dias 23, 24 e 25 de novembro em CAMPINAS
Sexta e Sábado às 21h30. Domingo às 19h
NoTeatro Iguatemi
O texto do suiço Friedrich Dürrenmatt apresenta um olhar irônico sobre a fragilidade dos nossos valores morais, da justiça e da esperança.
“Encenar a Visita depois de A Alma Boa e Galileu é quase como finalizar uma trilogia” – diz Denise Fraga. “A trilogia de nosso eterno dilema entre a ética e o ganha pão.”
Em A Alma Boa de Setsuan, de Bertolt Brecht, espetáculo visto por mais de 220.000 pessoas, entre os anos de 2008 e 2010, a personagem principal perguntava: Como posso ser boa se eu tenho que pagar o aluguel? Como posso ser bom e sobreviver no mundo competitivo em que vivemos?
Em Galileu Galilei, também de Brecht, espetáculo que esteve um ano e oito meses em cartaz e foi visto por mais de 140.000 pessoas, o tema é revisitado: Como posso ser fiel ao que penso sem sucumbir ao poder econômico e político vigente? Como manter meus ideais comprando meu vinho bom?
Agora chega A Visita da Velha Senhora, nova parceria e patrocínio do Banco Bradesco, com 13 atores em cena, em que Friedrich Dürrenmatt expõe a fragilidade de nossos valores morais e de nossa noção de justiça quando a palavra é dinheiro. A protagonista da peça é quase a encarnação mítica do poder material, a milionária Claire Zachanassian, vivida por Denise Fraga, que com seu bilhão põe em xeque a cidade de Güllen.
O enredo é aparentemente simples. Os cidadãos de Güllen, uma cidade arruinada, esperam ansiosos a chegada da milionária que prometeu salvá-los da falência. No jantar de boas-vindas, Claire Zachanassian impõe a condição: doará um bilhão à cidade se alguém matar Alfred Krank, o homem por quem foi apaixonada na juventude e que a abandonou grávida por um casamento de interesse. Ouve-se um clamor de indignação e todos rejeitam a absurda proposta. Claire, então, decide esperar, hospedando-se com seu séquito no hotel da cidade.
A partir dessa premissa, o suiço Friedrich Dürrenmatt nos premia com uma obra-prima da dramaturgia, construindo uma rede de cenas que se entrelaçam, cheias de humor e ironia, um desfile de personagens humanos e reconhecíveis que pouco a pouco, vão escancarando a nossa fragilidade diante do grande regente de nossas vidas: o dinheiro. Quem mata Krank? Cairá Güllen na tentação de satisfazer o desejo de vingança da milionária? Ou fará justiça? O que é fazer justiça? Até que ponto a linha ética se molda ao poder dinheiro?
Dürrenmatt caracteriza A Visita da Velha Senhora como uma comédia trágica e com seu humor cáustico nos pergunta: Até onde nos vendemos para poder comprar? Como o poder e o dinheiro vão descaracterizando os nossos ideais? Por outro lado, quanto nos custa a não submissão? O texto se desenrola abrindo ainda outros ramos de reflexão. Dürrenmatt era completamente obcecado pela questão da justiça e as sutilezas de suas fronteiras. O que é justo? O que significa justiça em nossos tempos? Até que ponto o valor moral da justiça se adequa ao poder? Reconhecível no Brasil nos dias de hoje? A Visita da Velha Senhora expõe questões que sempre estiveram em pauta na história da humanidade, mas que caem como uma luva em nossos tão tristes tempos.
“Acredito no poder de transformação pela arte. Na formação do indivíduo pela arte. O teatro como espelho do mundo, nos fazendo rir para nos reconhecer, dando voz a nossa angústia, dando palavras àquilo que pensamos e não sabemos dizer. O humor e a poesia nos ajudando a elaborar o pensamento para agir, para transformar, para viver criativamente, para por a mão da massa da nossa história”, afirma Denise Fraga. “Depois de dois anos e meio de A Alma Boa de Setsuan, de Bertolt Brecht, e um ano e meio de Galileu Galilei, do mesmo gênio alemão, sou mais uma vez surpreendida pela potente atualidade de um clássico. Não foi por acaso que cheguei a Dürrenmatt. Foi discípulo, bebeu em Brecht. Lá está o mesmo fino humor, a mesma ironia e teatralidade. Dürrenmatt também se faz valer do entretenimento para arrebatar o público para a reflexão”.
É natural finalizar tal “trilogia” com a obra máxima de Dürrenmatt. Como Brecht, Dürrenmatt é mestre em dissecar as relações de poder e os conflitos morais em suas obras, em questionar o papel do herói e a sua necessidade para uma sociedade justa, em fazer uso do humor para gerar reflexão. Nas três peças: Alma Boa, Galileu Galilei e A Visita da Velha Senhora, tudo isso está explícito. A diferença é que Brecht prefere desconstruir as ilusões de que nos alimentamos e propor uma possível transformação, enquanto Dürrenmatt as mantém vivas e ri delas por serem apenas isso: ilusões, enganos pelos quais lutamos e sempre lutaremos.
A direção é do cineasta Luiz Villaça, que depois do sucesso de Sem Pensar, de Anya Reiss, e A Descida do Monte Morgan, de Arthur Miller, retorna mais uma vez ao teatro.
A montagem tem a sofisticação de contar com Cenários e Figurinos de Ronaldo Fraga, a batuta do maestro Dimi Kireeff na Direção Musical, o Desenho de Luz de Nadja Naira da companhia brasileira de teatro, Lucia Gayotto na Preparação Vocal e Keila Bueno nas Coreografias e Preparação Corporal e Simone Batata no Visagismo.
O espetáculo cumpriu temporada de 6 meses no Teatro do SESI, em São Paulo, e em sua turnê nacional foi apresentado no Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Porto Alegre, Curitiba, Belém, Fortaleza, Recife, Maceió, Sete Lagoas, Ipatinga, Petrópolis, Itapetininga, Ribeirão Preto e Campinas, totalizando 160 sessões e um público de mais de 80.000 pessoas. O espetáculo recebeu o Prêmio Shell de Melhor Figurino para o criador e estilista Ronaldo Fraga e está nominado ao Prêmio Aplauso Brasil nas categorias Melhor Atriz (Denise Fraga), Melhor Direção (Luiz Villaça), Melhor Arquitetura Cênica (Ronaldo Fraga) e Melhor Espetáculo Independente.
Por Denise Fraga
Amo a comédia porque confio no humor e na ironia como um poderoso agente para a reflexão. Só se ri daquilo que se entende. O humor chama o pensamento e, com isso, dá eficácia e prazer à comunicação de uma ideia. É incrível como muitos dos autores tidos como clássicos confiavam nisso, mas estão com a risada do público presa na poeira de suas linhas. É preciso sacudi-las, dar uma escovada, deixá-las voar.
Brecht dizia: divertir para comunicar. Me identifico com isso. Divertir o público e mandá-lo para casa em estado de reflexão é o que tem me garantido a sensação de plenitude com o meu ofício. O sucesso de ALMA BOA e GALILEU me confirmaram a popularidade de Brecht. Mais da metade de nosso público talvez nunca tivesse ouvido falar dele, mas nem por isso deixaram de ser completamente capturados por sua genialidade.
Esta necessidade de propagar aquilo que me tocou o coração, dar-lhe comunicação e clareza para ver mover no outro o que moveu em mim, se tornou mesmo a grande força motriz de meu trabalho. Tem dado certo. E a cada espetáculo, renovo minha esperança de continuar fazendo o Teatro em que acredito.
Autor Friedrich Dürrenmatt
Stage rights by Diogenes Verlag AG Zürich
Tradução Christine Röhrig
Adaptação Christine Röhrig, Denise Fraga e Maristela Chelala
Direção Geral Luiz Villaça
Direção de Produção José Maria
Elenco Denise Fraga, Tuca Andrada, Fábio Herford, Romis Ferreira,
Eduardo Estrela, Maristela Chelala, Renato Caldas, Beto Matos, David Taiyu, Luiz Ramalho, Fernando Neves, Fábio Nassar e Rafael Faustino
Direção de Arte Ronaldo Fraga
Direção Musical Dimi Kireeff
Trilha Sonora Original Dimi Kireeff e Rafael Faustino
Desenho de Luz Nadja Naira
Produção Executiva Marita Prado
Preparação Corporal e Coreografias Keila Bueno
Direção Vocal Lucia Gayotto
Preparação Vocal Andrea Drigo
Visagismo Simone Batata
Assistente de Direção André Dib
Assistente de Produção Musical Nara Guimarães
Fotografia Cacá Bernardes
Making Off Pedro Villaça e Flávio Torres
Redes Sociais Nino Villaça
Programação visual Gustavo Xella
Assessoria de Imprensa SP Morente Forte Comunicações
Projeto realizado através da Lei Federal de Incentivo à Cultura
Produção Original SESI-SP | FIESP
Patrocínio Exclusivo Bradesco
Realização NIA Teatro, Ministério da Cultura e Governo Federal
A VISITA DA VELHA SENHORA
Campinas – Teatro Iguatemi
Av. Iguatemi, 777, Vila Brandina
Shopping Iguatemi Campinas – Terceiro Piso
Informações: (19) 3294-3166
Dias 23, 24 e 25 de novembro
Sexta e Sábado às 21h30 | Domingo às 19h
Classificação indicativa: 14 anos
Duração: 120 minutos
Gênero: comédia trágica
Facebook: @teatrosergiocardoso @DeniseFragaOficial
Instagram: @avisitadavelhasenhoraoficial