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“Gala Dalí” apresenta uma mulher à frente de seu tempo

Sinopse

Escrito e interpretado por Mara Carvalho, com direção de Ulysses Cruz, monólogo revela como a mulher de Salvador Dalí desbravou com inteligência seu espaço em um ambiente masculino

Por Redação Canal Teatro MF (publicada em 27 de maio de 2024)

A atriz Mara Carvalho pretendia estreitar a conexão entre Espanha e Brasil, mas pelo caminho artístico – ela já é proprietária de um restaurante. em São Paulo, El Mercado Iberico, especializado na culinária espanhola. Começou, assim, a pesquisar a vida e a obra do pintor Salvador Dalí (1904-1989), um dos maiores expoentes do surrealismo. “Mas, aos poucos, fui descobrindo que a mulher dele, Gala, que também era uma artista, uma poeta, mas, do final do século XIX até o início do XX, como sabemos, a mulher era totalmente abafada pela figura masculina”, conta Mara, que se dedicou a escrever o monólogo Gala Dalí, que estreia em 4 de junho, mas terá ensaios abertos dias 27 e 28 de maio.

Com direção artística de Ulysses Cruz, o solo será apresentado no Mi Teatro, localizado nos fundos do restaurante da atriz. É o espaço perfeito para Mara apresentar a importância que a russa Gala Dalí (1894-1982) teve não apenas na vida do marido, mas também na de outros artistas, que foram provocados e revelados pela sua força e criatividade. “Gala foi uma mulher determinada que buscou sua realização assim como eu, mulher e artista, sempre buscando a minha realização num contexto difícil como o de hoje para o artista no Brasil. A gente se conecta por essas lutas, não só femininas, mas de existir e se realizar como artista.”

Nascida Elena Ivanovna Diakonova, ela se tornou Gala por significar, entre outros sinônimos, fartura, riqueza. “Ela sabia da própria importância e precisou lutar muito para se impor”, conta Mara, que fez uma imensa pesquisa sobre a artista. Descobriu, por exemplo, que, na adolescência, ela foi enviada para um sanatório na Suíça para o tratamento da tuberculose, onde conheceu Paul Éluard, poeta francês que participou do movimento dadaísta, um dos pilares do surrealismo.

Mara Carvalho no monólogo Gala Dalí. Foto Raquel Pontes

Logo se casou com ele e passou a frequentar rodas de artistas como Max Ernst, Louis Aragon e André Breton. Em uma delas, conheceu Salvador, com quem se casou e se tornou não apenas sua mulher, mas também musa, produtora e empresária. “Era uma mulher muito criativa, que só usava roupas de marca e ainda desenhava as próprias joias”, conta Mara que, em seu texto, traz frases lapidares e definidoras sobre a personalidade de Gala, como “não acredito em Deus, acredito no dinheiro” ou “quero ser enterrada nua para que minhas roupas caras não sejam devoradas por vermes”.

“Gala era uma mulher que incomodava os homens por causa de sua defesa de liberdade, algo muito raro para a época”, comenta Cruz. “No solo, mostramos um pouco de seu ágil pensamento, sua vida surreal, sua excêntrica relação com o grande mestre surrealista, seu gosto por moda – vestia Chanel, sua grife predileta, em casa. Viveram uma vida de luxo, de esquisitices e excessos. Gastaram muito dinheiro, que era administrado por ela.”

O cenário de Ulysses Cruz é um espaço todo branco com a maior parte azulejada, remetendo a uma cozinha, ou um sanatório, ou ainda um espaço da memória. Nele haverá projeções surrealistas concebidas por Emerson Brandt. Para os figurinos, Ulysses Cruz e Mara Carvalho utilizam peças originais de Yves Saint Laurent, Carolina Herrera, Chanel, entre outros. E a direção musical é de Dan Maia, com Nicolas Ahnert na assistência de direção.

Serviço

Gala Dalí

Mi Teatro. Rua Pamplona, 310

Terça a quinta, 20h, R$ 160. Ensaios abertos dias 27 e 28 de maio, 20h, R$ 80

Até 31 de julho (estreia 4 de junho)

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Ficha Técnica

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Serviço

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