O melhor do teatro está aqui

“Chatô & os Diários Associados – 100 Anos de Paixão” destaca a figura de Assis Chateaubriand

Sinopse

Musical detalha a trajetória profissional do jornalista e empresário e o impacto dos Diários Associados na história da imprensa brasileira

Por Ubiratan Brasil (publicada em 2 de julho de 2025)

Fundada em 1924, a organização dos Diários Associados logo se tornou no maior conglomerado de mídia da América Latina – em seu auge, contou com mais de cem jornais, emissoras de rádio e TV, revistas e agência telegráfica. É justamente a história desse século na imprensa brasileira que inspira o musical Chatô & os Diários Associados – 100 Anos de Paixão, em cartaz no Teatro Liberdade, em São Paulo.

Chatô era o apelido de Assis Chateaubriand (1892-1968), fundador da organizador e um dos empresários mais controversos da história da imprensa brasileira. Afinal, se deixou um poderoso legado (como a fundação da Tupi, a primeira emissora de TV do Brasil, e a formação do Museu de Arte de São Paulo, o Masp, cujo acervo é um dos mais importantes do mundo), também colecionou atitudes condenáveis, como chantagear milionários para conseguir o dinheiro que necessitava para realizar seus projetos ambiciosos.

Cena de Chatô & os Diários Associados – 100 Anos de Paixão, com Sylvia Massaria no centro. Foto Carlos Costa

O musical transita entre passado e presente com toques ficcionais. Fabiano (Claudio Lins) é um jornalista desempregado que, ao encontrar a estátua de Chatô em Recife, é levado por ele a revisitar momentos icônicos da mídia nacional. Fabiano é um personagem ficcional, criado pelos roteiristas Fernando Morais e Eduardo Bakr, para que o público acompanhe a trajetória de Chateaubriand, vivido por Stepan Nercessian em grande estilo.

“Não é apenas a biografia do Chatô, mas principalmente a história da importância dos Diários Associados na evolução da imprensa brasileira”, afirma Tadeu Aguiar, responsável pela direção geral do espetáculo. De fato, esse império midiático, que incluiu jornais, revistas, rádios e emissoras de televisão, moldou a opinião pública e transformou a maneira como os brasileiros consumiam informação ao longo de várias décadas.

Como musical, Chatô funciona bem ao pinçar momentos marcantes da história brasileira para ressaltar a importância dos Diários Associados. Personalidades que marcaram a cultura nacional, como Carmen Miranda, Mário Lago, Hebe Camargo e Lolita Rodrigues, permitem uma fácil adesão do espectador, ajudando a compreensão histórica. Também a presença de personagens ficcionais aliviam o tom biográfico do espetáculo. Assim, o relacionamento de Fabiano com Juliana (Aline Serra), uma colega jornalista, se desenrola e explora conflitos pessoais e profissionais que refletem os desafios do jornalismo contemporâneo.

Stepan Nercessian e Claudio Lins em Chatô & os Diários Associados – 100 Anos de Paixão. Foto Carlos Costa

Outro trunfo do musical é a aposta em figuras que, se não ganharam importância histórica, tiveram papel importante no desenrolar da história. É o caso de Dona Janete, secretária de Chatô que acompanhou as conquistas nada ortodoxas de seu patrão. A personagem permite que Sylvia Massari exercite seu talento para o humor, além de apresentações musicais em um tom clássico.

A trilha sonora, aliás, sob a supervisão de de Guto Graça Mello, é composta por sucessos de nomes como Caetano Veloso, Gal Costa e Ivan Lins. Também a coreografia ganha destaque com as criações de Carlinhos de Jesus, que assina pela primeira vez um trabalho em musical.

Serviço

Chatô & os Diários Associados – 100 Anos de Paixão

Teatro Liberdade. Rua São Joaquim, 129

Sexta, 20h.Sábado, 16h e 20h30. Domingo, 18h. R$ 150 / R$ 250

Até 17 de agosto (estreou em 27 de junho)

[acf_release]
[acf_link_para_comprar]

Ficha Técnica

[acf_ficha_tecnica]

Serviço

[acf_servico]