Fechada desde 2022, sala com 1.100 lugares vai ser reinaugurada com os espetáculos “Hair” e “Vozes Negras”, trazidos pela produtora Aventura, responsável pela gestão do espaço
Por Ubiratan Brasil
Inaugurado em 1998, o Teatro Alfa, na zona sul de São Paulo, logo se tornou um dos principais pontos artísticos da cidade. Até seu fechamento, em 2022, o espaço recebeu mais de 8 mil apresentações diversas para um público de cerca de 3,6 milhões de pessoas. Espetáculos de companhias de dança renomadas como da alemã Pina Bausch e os nacionais o Grupo Corpo e o Balé da Cidade de São Paulo, além de musicais clássicos como A Noviça Rebelde, passaram pela maior sala do local enquanto a segunda, de menor tamanho, foi dedicada às apresentações infantis.
O terreno que inclui o teatro e o Hotel Transamérica, em Santo Amaro, foi comprado em 2022 pela incorporadora KSM Realty junto à Realty Properties e pela BTG Pactual Asset para dar lugar a um clube de luxo. Reformado e com novas dependências, como um terraço, o espaço cênico será reaberto em outubro de 2025 agora como BTG Pactual Hall. E o início será com dois espetáculos, Hair e Vozes Negras, trazidos pela produtora Aventura, responsável pela gestão e definição da programação do novo teatro.

A sala maior contará com 1.110 lugares e o segundo espaço, com 200, continuará dedicado à programação infanto-juvenil e deverá ser aberto em 2026. O espaço fica localizado no Beyond The Club São Paulo, clube que oferecerá aos seus sócios ambientes como praia com atmosfera natural, com orla de areia e piscina de ondas para surfistas de todas as idades e níveis de surf, além de quadras esportivas, restaurantes, hospedagem, academia, spa, pet clube e lojas. Mesmo sendo dentro do clube, o teatro será acessível ao público em geral.
Hair foi montado pela mesma Aventura em 2010, com inspirada direção e adaptação de Charles Möeller e Claudio Botelho e a nova montagem deverá manter os preceitos básicos. Já Vozes Negras é um espetáculo que coloca no centro da cena a história de grandes cantoras e compositoras negras do Brasil. A cada semana, canções, texto e direção se renovam a partir do contexto de cada homenageada.

“É o primeiro musical em série que existe no mundo. Conforme fomos montando o espetáculo, descobrimos que existia muito material disponível sobre a vida destas mulheres negras maravilhosas que abrilhantaram nossa música. Cada fim de semana será um espetáculo diferente homenageando duas cantoras diferentes, mas sempre na mesma estrutura do espetáculo. Trazer para o debate racial no Brasil sociólogas, pensadoras e acadêmicos é algo que, além de vivo, é de extrema urgência e necessidade nos dias de hoje”, completa Aniela Jordan, sócia fundadora da Aventura, ao lado do empresário Luiz Calainho.

Ao longo de seus 15 anos, a Aventura já atraiu mais de 4,3 milhões de espectadores, gerou mais de 20 mil empregos diretos e indiretos, e alcançou um faturamento de R$ 42 milhões. Foi responsável por versões de grandes espetáculos da Broadway, como A Noviça Rebelde, O Mágico de Oz, Gypsy e Um Violinista no Telhado, além de produções nacionais originais, como Elis – A Musical, Chacrinha – O Musical, Romeu + Julieta e Merlin e Arthur – Um Sonho de Liberdade.