Fernanda de Freitas e Cadu Favero
em
PULSÕES
De Dib Carneiro Neto
Direção Kika Freire
A partir de 31 de outubro no Teatro Viradalata
Aclamado por crítica e público em sua temporada no Rio de Janeiro, no Teatro Poeira, espetáculo faz junção de música, dança e teatro e mostra o comovente encontro entre uma bailarina e um maestro.
Após temporada no Sergio Cardoso, espetáculo se apresenta por mais três semanas no Teatro Viradalata
Um maestro e uma bailarina convivem em um espaço indefinido, amplo e lúdico, alternando momentos de amor e loucura. O casal sabe que há fragmentos que os unem – mas paira entre eles a ameaça constante da perda de memória. Apenas música e dança podem curá-los.
A peça foi escrita por Dib Carneiro Neto a pedido da diretora Kika Freire, que sempre quis fazer um espetáculo abordando o tema: “Assistindo a um filme, há cerca de 12 anos, chegamos ao final com uma surpresa: o perdão ao assassino e a condenação ao louco. Me indignei! Logo em seguida tive acesso ao trabalho da Dra. Nise da Silveira e mergulhei no “inconsciente profundo”, concêntrico, dilatado, louco e são, onde afeto é capaz de movê-lo por dinâmicas impensadas pela psiquiatria clássica. A partir daí, comecei a gerar Pulsões”.
A diretora apresentou a ideia de montagem do espetáculo à Primeira Página Produções. “A ideia foi imediatamente aceita pela equipe da Primeira Página. Montamos o projeto e estamos realizando o espetáculo. Pulsões trata de tema espinhoso e consideramos importante abordá-lo. O espetáculo ganhou roupagem lúdica, leve, delicada e estamos muito felizes com o resultado”, declara Maria Siman, coordenadora de produção.
O trabalho da psiquiatra Nise da Silveira serviu de inspiração para a composição de um espetáculo multirreferencial, mesclando teatro, música e dança para abordar temas complexos de uma forma delicada. Ampliando o campo de comunicação, é possível adentrar num universo particular que não pode ser traduzido em palavras, apenas. O amor é revelado como propulsor de uma nova linguagem, como instrumento de expressão. Sem julgamentos ou pretensão de compreender/apreender, o espectador é guiado por um mundo transgressor e belo. Afinal, não encontramos limites quando arte e loucura se encontram. “Sem a relação de uma pessoa com a outra, não há cura possível”, escreveu a psiquiatra. Para questionar a repulsa com que a patologia psíquica é vista, a proposta aqui é mostrar as afecções que a Dra Nise nomeou de “emoção de lidar”. Para tanto, ela mesclou ao texto música e dança, ambos elementos que fazem parte das formações dos personagens vividos pela atriz e bailarina Fernanda de Freitas e pelo ator Cadu Fávero.
Premiada atriz no cinema (“Malu de Bicicleta”) e indicada duas vezes ao prêmio APTR, Fernanda, que desde 2011 está no ar no seriado “Entre Tapas e Beijos”, da TV Globo, é bailarina clássica desde os 8 anos de idade. Na peça, o atravessamento da arte entra como mais uma forma de dialogar com seu parceiro de cena, Cadu Fávero. “O texto chegou para mim através da Kika, grande amiga com quem danço há dez anos, e como a dança faz parte da minha vida consegui trazer com facilidade os movimentos para a cena”, diz. Sobre os limites do amor entre os personagens, Fernanda completa: “Para tudo tem que ter limite, mesmo que seja como forma de proteção. Mas quando a gente se apaixona, chegamos à beira da loucura. Já o amor, é mais leve, mais bailarina.”
Já o ator, fundador da “Companhia Livre de Teatro”, ao lado de Luisa Thiré, usa do conhecimento de carreira em TV, teatro e cinema, para despertar o questionamento entre a loucura e a razão. “Qual o limite aceitável para a loucura? Nenhum! Se eu tiver que me rasgar inteiro, dilacerar meu coração, passar por cima das minhas certezas e dos meus “achismos” para servir com amor, e auxiliar na construção do sonho de outro ser humano e, nesse caso, minha amada Kika Freire. Farei!”, afirma Cadu.
A música é peça fundamental na história. No palco João Bittencourt eMaria Clara Valle tocam ao vivo o piano e o violoncelo. Como resume o diretor musical Marco França, “Aqui a música tem uma função dramatúrgica, ela é a cena, o subtexto. Ela permite ao público enxergar as coisas de uma outra forma.”
O figurino foi assinado por Teca Fichinski, premiada com o APTR e Shell, em 2012, além de estandarte de ouro em 2009 pela comissão de frente da escola de samba Vila Isabel.
Por meio de elementos visuais de extrema força poética, uma trilha sonora instigante e intrigante e uma dramaturgia atemporal e nada linear, o espetáculo convida o espectador a refletir sobre sua própria singularidade. Segundo o autor, “Que sirva a cada um como uma tentativa de mergulho nas próprias profundezas e delicadezas. Como uma vertigem cênica revolvendo nossas fragilidades mais inconfessáveis. Como um oásis de imaginação irrefreável em meio ao pragmatismo concreto de nosso cotidiano. Música e dança indissociáveis do teatro e, portanto, da vida e da morte. Para vocês, e com vocês, uma bailarina e um maestro”, declara Dib Carneiro Neto.
“A loucura está profundamente ligada ao desamor. Só o amor salva alguém da loucura” – Nise da Silveira
Texto: Dib Carneiro Neto
Direção: Kika Freire
Elenco: Fernanda de Freitas e Cadu Favero
Direção musical e Trilha sonora: Marco França
Piano: João Bittencourt
Violoncelo: Maria Clara Valle
Iluminação: Fran Barros
Cenários e Figurinos: Teca Fichinski
Caracterização: Rose Verçosa
Fotografia e Programação Visual: Victor Hugo Cecatto
Direção de Produção: Paula Salles
Coordenação Geral: Maria Siman
Produção Executiva: Joana D`Aguiar
Realização: Primeira Página Produções Culturais
PULSÕES
PULSÕES
TEATRO VIRADALATA (270 lugares)
Rua Apinajés, 1387 – Perdizes
Informações: 3868.2535
Bilheteria: só abre em dias de espetáculos, 2 horas antes até 1 hora depois do
início do espetáculo. Estacionamento com manobrista no local, R$ 15.
Vendas: www.ingressorapido.com.br e 4003.1212
Sábado às 20h e Domingo às 18h
Ingressos:
R$ 50
Duração: 50 minutos
Recomendação: 14 anos
Curta Temporada:
de 31 de outubro até 15 de Novembro
Estreou dia 18 de Setembro no Teatro Sergio Cardoso