Minha Atriz Gabi que é feita de poeira de Estrela
No universo escuro do teatro
Como um astrônomo atento
Espiando uma estrela anã
Em constelações distantes
Fui abduzido para dentro
Do meu próprio mundo
Através das repetições
Como um mantra poderoso
Que me fez rondar feito um satélite
O tablado do palco
O que vi ali era uma atriz se desenhando
Pequena com nuances primorosos
No seu gestual delicado e projetando suavemente
Sua emoção sincera
Tudo revelava a alma de outra criatura
Pude sentir no buraco negro em que estava
O perigo e o risco que antecede o prazer
Diante do desconhecido
A crueldade de revelar a vida
E na vida tudo é pequeno
O artista e seu dublo
Podem estar no passado no presente e no futuro
Deus não joga dados
Mas os artistas podem inventar deuses
Tudo é explosão
Esta vertigem nenhuma física explica
Somente os poetas entendem
É isso que se sente
Quando nasce uma estrela na terra.
Eu,
Um pequenino grão de areia.
elias andreato
