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A INCRIVEL VIAGEM DO QUINTAL

Em novo solo, Beth Zalcman é Blavatsky e outras cinco grandes mulheres do pensamento filosófico

Sinopse

Dirigido por Luiz Antônio Rocha, “Ânima” traz os legados de Joana d’Arc, Simone Weil, Hipátia de Alexandria, Marguerite Porete e Harriet Tubman

Por Dirceu Alves Jr. (publicada em 10 de abril de 2025)

O monólogo Helena Blavatsky, A Voz do Silêncio, protagonizado por Beth Zalcman e dirigido por Luiz Antônio Rocha, construiu uma trajetória curiosa. Lançada em versão digital na pandemia, a peça da filósofa Lúcia Helena Galvão realizou três temporadas e chegou a reunir 400 pessoas em uma sala on-line. O interesse pela escritora russa gerou um crescente boca a boca e, em janeiro de 2023, o solo chegou à cena presencial no Teatro B32, em São Paulo. Desde então, atraiu mais de 70 mil espectadores e não deixou de ser visto. No último fim de semana, por exemplo, ocupou o Sesc Casa do Comércio, em Salvador.     

A boa aceitação da empreitada entusiasmou Lúcia Helena Galvão. Ela escreveu logo depois O Profeta, inspirada na obra do libanês Khalil Gibran (1883-1931), também sob a direção de Rocha, e prometeu a Beth Zalcman um texto criado especialmente para ela. O resultado é Ânima, que estreou no Rio de Janeiro em maio, passou por Belo Horizonte e, neste sábado, 12, entra em cartaz no mesmo Teatro B32, na Avenida Faria Lima, que consagrou Helena Blavatsky, A Voz do Silêncio. 

Beth Zalcman em Ânima. Foto Flavia Canavarro

Se na parceria inicial do trio, o foco era fechado no universo da fundadora da Sociedade de Teosofia, que viveu entre 1831 e 1891, agora seis personalidades ganharão vida sob a intepretação de Beth. “São as mulheres que influenciaram o pensamento e a busca filosófica de Lúcia Helena, todas elas corajosas, à frente do seu tempo e incompreendidas”, explica a atriz. “De todas elas já ouvimos falar em algum momento, mas nunca tivemos a chance de conhecê-las com profundidade.”

Em um palco nu, Beth conta com uma cadeira, recursos tecnológicos capazes de ampliar as sensações de tempo e espaço e pedaços de figurino – uma manga, uma saia, uma gola – que vão vestido cada uma delas. A protagonista surge como uma fiandeira-narradora, que tece as histórias como se costurasse a trajetória das célebres personagens. 

Apoiada no corpo e na voz, Beth interpreta a heroína francesa Joana d’Arc, morta nas fogueias da Inquisição no século XV, a filósofa francesa Simone Weil (1909-1943), que se empregou como operária de fábrica para entender os anseios da classe trabalhadora, e Hipatia de Alexandria, a primeira matemática da história no Egito do século IV.

Beth Zalcman em outra cena do monólogo Ânima. Foto Flavia Canavarro

Completam o leque de mulheres poderosas a belga Marguerite Porete (1250-1310), filósofa condenada por heresia ao desafiar o determinismo cristão, a ativista estadunidense Harriet Tubman (1822-1913) que, como ex-escrava, lutou pela liberdade dos pretos, e, por fim, Helena Blavatsky. “Questionamos muito a inclusão de Blavatsky porque sua biografia é tão aprofundada no outro espetáculo, mas, como são as mulheres que formaram o pensamento da Lúcia Helena, não conseguimos convencê-la do contrário”, conta Rocha. “Beth e eu tínhamos medo de que ficasse muito parecido, mas Blavatsky aparece com uma nova roupagem, falando mais do coletivo que do individual.”   

Ânima não segue uma linha cronológica. Todas as personagens possuem uma conexão com o divino, não no sentido religioso, mas pela fé. Como diretor, Rocha imaginou a reunião entre mulheres do passado, no caso, as personagens, com uma do presente, representada por Beth, a voz que transmite estas histórias, e outras tantas do futuro, que seriam as espectadoras interessadas em pesquisar mais sobre esses nomes. 

“Estamos investindo em peças voltadas ao pensamento, à reflexão e percebo que as pessoas valorizam o teatro como um lugar de encontro presencial onde a tecnologia não entra”, afirma o encenador. “Por isso, as minhas peças são marcadas por longos silêncios e algumas pessoas podem até se incomodar, mas é assim que começa uma conexão que faz parte da minha busca.”   

A carioca Beth Zalcman, de 64 anos, venceu a resistência que tinha com os monólogos em Helena Blavatsky, A Voz do Silêncio e confessa que, depois desta primeira experiência, descobriu um universo que lhe deixa à vontade em Ânima. “Blavatsky me botou em um tamanho de expansão no palco que eu nem sabia de que era capaz e, depois de 180 apresentações, ainda descubro significados nas entrelinhas do texto”, declara. 

O monólogo Ânima, com Beth Zalcman. Foto Flavia Canavarro

Desta vez, a personagem mais difícil de alcançar foi a francesa Simone Weil, a mais contemporânea de todas, porque, segundo a intérprete, ela é pura racionalidade e só se converte em mística no fim da vida. “Simone fala uma coisa muito importante para os dias atuais que é a importância de pensar pela gente mesmo e não comprar qualquer ideia”, ressalta. 

A atriz salienta ainda a força de Joana d’Arc e a técnica necessária para que ela, uma sexagenária, personifique uma garota de menos de 20 anos. “Eu vou trás dos arquétipos que elas significam, me torno íntima aos poucos e, no caso de Joana, não posso esquecer de que ela carrega a pureza e a coragem da juventude.”  

Beth garante que a proposta do espetáculo não passa pelo didatismo e menos ainda pela doutrinação de um determinado pensamento. “Mais que levar o espectador a aprender sobre quem foram essas mulheres, o importante é fazê-lo entrar em contato com elas e, quem sabe, se interessar por conhecer mais os seus pensamentos”, diz. “É muito rico para uma atriz não levar ao palco apenas personagens do cotidiano e descobrir a alma de cada uma delas para, assim, trabalhar o corpo, a voz e levar estas ideias ao público.” 

Serviço

Ânima

Teatro B32. Avenida Brigadeiro Faria Lima, 3732, Itaim Bibi

Sexta e sábado, 20h. Domingo, 18h. R$ 170

Até 21 de junho (estreia 12 de maio)

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Ficha Técnica

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Serviço

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