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“Closer” revela as contradições do amor e os limites da intimidade

Sinopse

A solidão e a liquidez das relações vividas por quatro personagens são apresentadas em nova montagem do texto do britânico Patrick Marber. O cenário mescla a projeção de câmeras ao vivo com cenas já gravadas, aproximando as personagens do público e criando um jogo de voyeurismo e exibicionismo que conversa com os próprios temas da peça

Por Redação Canal Teatro MF (publicada em 16 de junho de 2025)

Já se vão quase três décadas que o britânico Patrick Marber escreveu o texto Closer, onde um quarteto de personagens se envolve em uma rede de desejos, traições, mentiras e jogos emocionais. Dan, um escritor iniciante, conhece Alice, uma jovem misteriosa. A conexão entre os dois é imediata. Ao longo dos anos, seus caminhos se cruzam com os de Anna, uma fotógrafa de sucesso, e Larry, um dermatologista, em uma narrativa cheia de reviravoltas. 

O texto já foi encenado algumas vezes aqui no Brasil, a primeira teve direção do cineasta Hector Babenco. Também já foi visto nas telas em uma adaptação de 2004, que trazia o título Closer – Perto Demais com um elenco formado por Julia Roberts e Natalie Portman

Marjorie Gerardi, e Jose Loreto em Closer. Foto Heloisa Bortz

O diretor Kiko Rieser assina a nova montagem que chega no Teatro Vivo. Para ele, a peça soa ainda mais atual agora do que quando foi escrita. “Hoje vivemos o imediatismo dos meios de comunicação. Tudo é para ontem, e isso se reflete diretamente nas relações amorosas. As pessoas não querem mais pensar a longo prazo, e o resultado é que as relações duram menos e raramente são trabalhadas com profundidade. Closer mostra o momento em que a paixão dá lugar ao companheirismo e à carência — e como isso acaba revelando jogos de dominação, projeções e vaidades.”

A encenação aposta em uma estética contemporânea e simbólica. O cenário, assinado por Bruno Anselmo, é um ambiente abstrato, de inspiração brutalista, com volumes e estruturas que se transformam ao longo do espetáculo. São espaços que se revelam à medida que as personagens se encontram, formando quase um labirinto que, visualmente, traduz a complexidade das relações ali estabelecidas. “São 12 ambientes diferentes representados em cena, e usamos câmeras ao vivo mescladas com projeções pré-gravadas. Isso cria uma camada entre o real e o ficcional, entre o que os personagens mostram e o que escondem — um jogo de voyeurismo e exibicionismo que conversa com os próprios temas da peça”, comenta Kiko.

Rafael Lozano, Larissa Ferrara, Marjorie Gerardi e Jose Loreto em Closer. Foto Heloisa Bortz

O elenco reúne José Loreto, Larissa Ferrara, Marjorie Gerardi e Rafael Lozano em uma coreografia emocional entre quatro personagens cujas relações são marcadas por encontros e desencontros, jogos de poder, manipulação e busca por afeto

A solidão, a liquidez das relações e os vínculos frágeis da era contemporânea compõem o pano de fundo dessa obra que provoca o espectador a questionar até que ponto conseguimos ser honestos – com os outros e com nós mesmos.

“O que eu faria no lugar deles?” – é essa a inquietação que Kiko gostaria que o público levasse para casa. “A peça começa como um jogo de amor e se transforma num grande ringue de boxe. Os personagens vão abrindo mão da ética para tentar vencer. E é aí que está o incômodo, a identificação, a reflexão.”

Serviço

Closer

Teatro Vivo. Avenida Doutor Chucri Zaidan, 2460 

Quintas, sextas e sábados, 20h. Domingos, 18h. R$ 100 / R$ 120

Até 27 de julho (estreia 13 de junho)

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Ficha Técnica

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Serviço

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