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A INCRIVEL VIAGEM DO QUINTAL

“Mater” se inspira na dramaturgia de Maria Adelaide Amaral para tratar de mãe e filha

Sinopse

Montagem luso-brasileira traz adaptação do premiado texto “Querida Mamãe”, escrito na década de 1990, em apenas quatro apresentações no Teatro Sérgio Cardoso; direção de Beto Coville se afasta do realismo convencional e cria espetáculo com forte apelo visual

Por Redação Canal Teatro MF (publicada em 7 de maio de 2025)

Em meados dos anos 1980, a dramaturga Maria Adelaide Amaral disse que, se fosse escrever um texto sobre a relação entre mãe e filha, certamente não seria delicado. Cerca de dez anos depois, estreava Querida Mamãe, com a direção de José Wilker e no elenco as atrizes Eva Wilma e Eliane Giardini, montagem que ganhou os principais prêmios de teatro do país.

“Perdi a conta das vezes em que disse e repeti que jamais escreveria um texto tão ameno sobre a relação mãe e filha. A minha versão certamente estaria longe de ser uma relação delicada”, conta Maria Adelaide Amaral. A dramaturga explica que a peça surgiu após um mal-entendido, quando, nos anos 1980, fez uma edição da tradução de De Si Tendres Liens, da autora francesa Loleh Bellon

Carla Chambel e Luisa Ortigoso em Mater. Foto Daniel Fernandes

O espetáculo Mater, que fará apenas quatro apresentações no Teatro Sergio Cardoso, é uma adaptação do texto de Maria Adelaide Amaral em uma produção luso-brasileira dirigida por Beto Coville com as atrizes Carla Chambel e Luísa Ortiogo. Nesta nova abordagem de Querida Mamãe, o texto expõe a relação materna em um jogo de afetos e poder que leva a um caminho com várias e diferentes formas de amar. 

“A peça fala de amor, saudade, resgate e superação, elementos essenciais para tentar resolver a difícil tarefa que nos foi imposta pelo universo, que é ‘sobreviver’ às nossas famílias”, afirma Coville, que ainda destaca que Mater não se limita ao drama familiar, mas mergulha no imaginário das personagens, dando vida ao que não foi dito. “Aquilo que se gostaria de ouvir ou de ter dito, mas que foi deixado passar por medo ou insegurança, é concretizado aqui no espetáculo”, garante. 

A direção se afasta do realismo convencional e propõe um olhar simbólico e sensorial sobre os embates emocionais. Reflete o quão importantes são os gestos que às vezes não fazemos. Mais do que um relato de conflito, a peça considera o desejo de pertencer, os laços que se rompem e a busca pelo afeto que, por vezes, se perde nas entrelinhas da convivência.

Luísa Ortigoso e Carla Chambel em cena de Mater. Foto Daniel Fernandes

Sobre a adaptação, Maria Adelaide elogia a força da encenação: “Infelizmente, não pude ir a Lisboa para assistir Mater, mas as imagens do espetáculo me deixaram maravilhada. Pelas críticas que li e pelas impressões do público, tenho certeza de que é uma encenação forte do ponto de vista dramatúrgico e deslumbrante do ponto de vista visual”.

O espetáculo estreou em 2022 em Portugal e agora poderá ser visto pelos brasileiros por meio da Miacena – Mostra Internacional de Artes Cênicas para Espaços Não Convencionais, por meio do programa de internacionalização do Ministério da Cultura. 

Serviço

Mater

Teatro Sérgio Cardoso – Sala Pascoal Carlos Magno. R. Rui Barbosa, 153

De 19 a 22 de maio de 2025 – Segunda, terça e quarta, 19h. Quinta, 18h. R$ 50

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Ficha Técnica

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Serviço

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