O melhor do teatro está aqui

A INCRIVEL VIAGEM DO QUINTAL

“Mãe Preta” reflete sobre as pressões sociais que aprisionam as mulheres negras

Sinopse

Peça que chega ao CCBB com entrada gratuita valoriza a força feminina, sua humanidade e também capacidade de reconstrução

Por Redação Canal Teatro MF

Uma mulher enlutada luta para encontrar forças e redescobrir a vida após a perda do filho caçula. Esse é o ponto de partida do espetáculo Mãe Preta, que estreia no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), encerrando a Trilogia Matriarcas. Em meio a memórias dolorosas e desafios impostos pelo luto, a obra reflete sobre as pressões sociais que aprisionam as mulheres negras nos papéis de mãe e esposa, ao mesmo tempo em que valoriza sua força, humanidade e capacidade de reconstrução.

Escrita por Valesca Lins e Lucelia Sergio, a peça celebra a trajetória e o legado de Helena Theodoro, a primeira doutora negra em filosofia do Brasil. A obra busca valorizar uma mulher múltipla, propondo olhares que reforçam a humanidade desta mulher, não reduzindo sua experiência dentro de estereótipos sociais marcados pelo dever de cuidar e servir. Segundo Lucelia, também diretora da peça, a produção busca entender as escolhas da protagonista não como derrotas, mas como parte de seu pertencimento e lugar no mundo.

Teca Pereira (alto), Tatiana Henrique e Luiza Loroza em Mãe Preta. Foto Noelia Nájera

“E esse é um prisma sobre o qual pouco enxergamos a mulher negra. Olhar os impactos sociais e a construção da sua própria identidade numa perspectiva geracional nos faz refletir sobre a importância do fortalecimento de nossas relações familiares e da nossa relação com a nossa cultura”, explica Lucelia.

Para Helena Theodoro, o evento tem sido uma verdadeira celebração da filosofia africana e da mulher negra, reunindo debates, oficinas, exposições e exibições de filmes e espetáculos. Para ela, trata-se de um espaço onde o saber ancestral e a arte se entrelaçam para enriquecer nossa cultura contemporânea. “É uma oportunidade incrível de celebrar e difundir a filosofia africana, especialmente por meio de espetáculos que exaltam as múltiplas dimensões da mulher: política, sagrada e secreta. Essas diferentes facetas coexistem em uma única mulher, e isso reflete a visão africana de que a mulher não se limita a um papel preestabelecido. Ela pode ser política, espiritual, e desempenhar muitas outras funções”, disse.

Cena de Mãe Preta. Foto Noelia Nájera

A montagem reúne as atrizes Teca Pereira, Tatiana Henrique e Luiza Loroza, que dão vida às personagens. “Mãe Preta é um convite para que o povo enxergue a força da mulher negra em sua plenitude, para além das dores e dos papéis que a sociedade lhe impõe. O texto reflete sobre reconstrução, encontrar forças no afeto em suas vivências para seguir em frente, mesmo quando tudo parece ruir”, conclui Lucelia Sergio.

Serviço

Mãe Preta

Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB). Rua Álvares Penteado, 112

Quinta e sexta, 19h. Sábado, 15h e 18h. Domingo, 18h (sessão extra no dia 23/02, 15h). Grátis. Ingressos liberados 1h antes do evento no site e bilheteria do CCBB

Até 23 de fevereiro (estreia 6 de fevereiro)

[acf_release]
[acf_link_para_comprar]

Ficha Técnica

[acf_ficha_tecnica]

Serviço

[acf_servico]