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Luto da escritora Lya Luft inspira o monólogo “O Lado Fatal”

Sinopse

A atriz Denise Del Vecchio volta ao palco depois de dez anos no solo que revela a polêmica relação da escritora com o psicanalista Hélio Pellegrino

Por José Cetra Filho

A escritora gaúcha Lya Luft (1938-2021) tinha 46 anos e o psicanalista mineiro Hélio Pellegrino (1924-1988) já era sexagenário, quando se conheceram em 1984 em um congresso de escritores em Porto Alegre. Pouco tempo se passou entre o primeiro olhar e uma paixão avassaladora que, segundo ele, tem origem no “fatal lado esquerdo”.

Ambos eram casados e o caso corou de vergonha a sociedade porto-alegrense dos anos 1980. Após trocas de muitas cartas de amor e as devidas separações dos antigos parceiros, casaram-se em 1985, vivendo um grande amor que terminou bruscamente em 1988 quando Pellegrino faleceu, vítima de problemas cardíacos.

Desse relacionamento, da dor da perda do ser amado, da vivência do luto e, finalmente, da superação dessa dor é que trata o livro O Lado Fatal, escrito por Lya Luft em 1988 e que agora é adaptado e traduzido cenicamente por Darson Ribeiro e interpretado por Denise Del Vecchio que estava distante dos palcos paulistanos há cinco anos.

Aos 72 anos, Denise é uma veterana atriz que começou no início dos anos 1970, ainda como Denise Falotico, na companhia de Celso Frateschi, Dulce Muniz e Edson Santana no projeto do Teatro Jornal concebido por Augusto Boal para o Núcleo 2 do Teatro de Arena.

Foto Danilo Apoena

Desenvolveu vitoriosa carreira no teatro, no cinema e na televisão. Denise comemora seus 52 anos de carreira vivendo Lya Luft no espetáculo que entra em cartaz no Sesc Belenzinho no dia 10 de agosto.

O diretor Darson Ribeiro assina também a cenografia – que inclui uma réplica da cadeira usada por Hélio Pellegrini em seu consultório no Rio de Janeiro e um divã clássico para consultas de psicanálise – e a trilha sonora da montagem que vai desde o som etéreo do grupo London Grammar até a sensualidade da canção Because the Night com Patty Smith (“Porque a noite pertence aos amantes/Porque a noite pertence a nós”).

O encenador cercou-se de profissionais de gabarito para os figurinos (João Pimenta), para o desenho de luz (Ney Bonfante) e para o videografismo e mapping (Giuliano VJ Scan).

Consultório

Na versão teatral, o diretor adaptou os 44 poemas do livro em 16 cenas que se passam em um consultório de psicanálise. Denise está só em cena, mas dialoga com as intervenções em off do analista (Darson Ribeiro) e de Hélio Pellegrini (José Rubens Chachá, como ator convidado).

Nesse espetáculo que trata da dor da perda, mas também de muito amor, Darson Ribeiro presta homenagem a Lya Luft, que ele conheceu pessoalmente em um festival de teatro em Porto Alegre, a Hélio Pellegrini do qual é grande admirador e, é claro, a Denise Del Vecchio, uma das grandes damas do teatro brasileiro que com certeza marcará mais um tento em sua carreira ao interpretar os amores e as dores da grande escritora gaúcha.

E as últimas palavras desta matéria são de Lya Luft, em texto escrito em 2011, quando da reedição do livro:

“A maior homenagem que se pode fazer a
alguém que morreu
é voltar a viver da melhor forma possível.
Porque tudo é transformação.
E a vida sempre chama.
Eu acredito nisso”

Serviço

Sesc Belenzinho – Sala de Espetáculos II

Rua Padre Adelino, 1000

Quinta a sábado às 20h e aos domingos às 17h.

Duração: 55 minutos

R$ 30

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Ficha Técnica

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Serviço

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