Atriz e cantora de 81 anos fala de temas delicados, como racismo, na peça “Vou Fazer de Mim um Mundo”, em cartaz no CCBB-SP
Por Redação Canal Teatro MF (publicada em 28 de outubro de 2025)
A atriz e cantora Zezé Motta comemora 60 anos de uma carreira com diversos pontos altos: gravou 14 discos, interpretou mais de 100 personagens na TV e no cinema. Já se apresentou nos mais importantes palcos do mundo como Carnegie Hall de Nova York, e Olympia de Paris, além de passagens por Venezuela, México, Chile, Argentina, Angola e Portugal.
Aos 81 anos, Zezé enfrentou também todo tipo de racismo, especialmente ao ser uma das fundadoras do Movimento Negro Unificado (MNU), denunciando corajosamente casos de violência. Para festejar sua resiliência e também suas vitórias, Zezé voltou ao palco depois de dez anos com seu primeiro monólogo, Vou Fazer de Mim um Mundo, uma adaptação do livro Eu Sei Porque o Pássaro Canta na Gaiola, de Maya Angelou, a primeira das sete autobiografias assinadas pela escritora americana. Aqui, ela narra a segregação racial nos EUA entre 1930 e 1940.
Com dramaturgia e direção de Elissandro de Aquino, a peça, em cartaz no CCBB-SP, promove um encontro entre a história de Maya e a trajetória de Zezé, utiliza figurinos amarelos. “Zezé pertence àquela categoria rara de atrizes que sentem profundamente cada palavra. Aqui, ela nos convida a refletir sobre as feridas e as curas que a palavra pode abrir – e fechar”, define Aquino.
Em cena, os músicos Mila Moura e Pedro Leal David acompanham a atriz com arranjos inspirados no blues e em suas variações, misturados a sonoridades brasileiras de Dorival Caymmi, Luiz Melodia, Milton Nascimento, Dona Clementina de Jesus, Johnny Alf, Luiz Gonzaga e Seu Jorge.
Serviço
Vou Fazer de Mim um Mundo
Cultural Banco do Brasil (CCBB). Rua Álvares Penteado, 112
Sextas, 19h. Sábados e domingos, 17h. R$ 30
Até 30 de novembro (estreou em 17 de outubro)
