canal teatro mf logo

O melhor do teatro está aqui

Search

Última direção teatral de Jô Soares, “Gaslight – uma Relação Tóxica” volta a São Paulo

Sinopse

Clássico do suspense do século XIX e um dos maiores sucessos da Broadway evidencia violência psicológica sofrida por uma mulher

Por Redação Canal Teatro MF

O ano era 2018. Em seu apartamento, Jô Soares assistia ao filme Gaslight, de 1944, que, na tradução no Brasil, recebeu o título de À Meia Luz, e deu a Ingrid Bergman o seu primeiro Oscar de melhor atriz. Lá, o ator Giovani Tozi, que acompanhava o longa junto do diretor, apresentador e escritor, fez o convite para levarem aquela história aos palcos e topou na hora. O que se propunha, na verdade, era produzir o texto original, escrito em 1938, pelo romancista e dramaturgo britânico Patrick Hamilton, e que se tornou um dos maiores sucessos da história da Broadway

A montagem de Gaslight – Uma Relação Tóxica foi cuidada de perto por Jô Soares, que trabalhou na concepção da encenação até seus últimos dias (ele morreu em agosto de 2022, aos 84 anos), e agora reestreia no Teatro Itália em uma curta temporada.

Cena de Glaslight – Uma Relação Tóxica. Foto Priscila Prade

A peça retrata uma mulher, uma dona de casa de 1875 que acredita estar louca, refém de abusos psicológicos do marido. Ela teme pela própria saúde mental, pois reconhece que tem agido de forma estranha. Com a ajuda de um inspetor bem-humorado, ela é provocada a desvendar os mistérios de sua loucura. Mas o que se vê é um marido controlando a esposa e fazendo com que ela desacredite de sua sanidade.  

O título da peça deu origem à expressão gaslighting, que se refere a uma manipulação psicológica de uma pessoa durante um longo período, fazendo com que a vítima questione a própria saúde mental, memória ou percepções das coisas. 

Em tempos de desinformação, onde as fakes news reinam nas redes sociais, não é estranho que a Merriam-Webster, a editora estado unidense que publica dicionários, tenha elegido gaslighting a palavra do ano em 2022. 

Outra cena de Gaslight – Uma Relação Tóxica. Foto Priscila Prade

Mesmo se passando no século XIX, nota-se que o texto não está datado. Esse abuso psicológico é algo vivo e marcante na nossa realidade atual. Algumas frases mascaram como natural o que tem nome – violência psicológica – e que é altamente vivenciado pelas mulheres, um crime que consta no artigo 7º da Lei Maria da Penha aqui no Brasil. Afinal, qual mulher nunca ouviu frases como “você está imaginando coisas!” ou “você está ficando maluca!”, quando tudo o que estava acontecendo era bem real? 

Na história, a personagem do marido, feita por Giovani Tozi, que além de idealizador também produz o espetáculo, escurece as luzes para confundir a esposa e, quando ela o questiona, ele nega que tenha havido mudanças na intensidade. Na época em que o texto foi escrito, as luzes eram alimentadas a gás. Daí a origem do termo, à meia luz

Sem trair o texto original, Jô Soares, que além de dirigir fez a tradução e adaptação, adicionou doses de humor e ironia, algo que ele sabia fazer como ninguém.

Serviço

Glaslight – Uma Relação Tóxica

Teatro Itália. Avenida Ipiranga, 344 – Edifício Itália – Subsolo

Quinta, Sexta e Sábado, 20 h. Domingo, 19 h. R$ 80

Até 22 de setembro (reestreia dia 12 de setembro)

[acf_release]
[acf_link_para_comprar]

Ficha Técnica

[acf_ficha_tecnica]

Serviço

[acf_servico]