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Suely Franco vai viver a estonteante Virginia Lane no palco

Sinopse

Atriz de 84 anos se prepara para interpretar a pioneira artista em sua fase final na comédia musical “A Vedete do Brasil”, que estreia no Rio

Por Ubiratan Brasil

O teatro de revista, gênero de origem francesa trazido ao Brasil pelos portugueses no século 19, caiu no gosto do público nacional, especialmente pelos temas picarescos e por promover as famosas vedetes, belas mulheres que exibiam pernas estonteantes. E uma das mais importantes, tanto pelo talento como pelas deliciosas histórias pessoais, foi Virginia Lane (1920-2014), cuja trajetória será retratada em A Vedete do Brasil, comédia musical que estreia dia 30 de novembro no Teatro Copacabana Palace, no Rio.

Virginia era um assombro: cantava, era graciosa e esbanjava sensualidade. Vinda do teatro rebolado de Carlos Machado e da Rádio Mayrink Veiga, ela se tornou a vedete número 1 do Brasil nos anos 1940, participando de shows e das chanchadas, as famosas comédias do estúdio Atlântida. Participou de 37 comédias, muitas ao lado dos reis desse gênero: Oscarito e Grande Otelo.

Flavia Monteiro, Suely Franco e Bela Quadros, com figurinos da pela A Vedete do Brasil. Foto Pino Gomes

No auge de sua carreira, recebeu o título de “A Vedete do Brasil”, entregue por ninguém menos que Getúlio Vargas (1883-1954), que governou o Brasil durante uma ditadura (1934-1945) e depois eleito pelo povo (1951-1954). Segundo contou em algumas entrevistas dadas depois do suicídio do político, em 1954, Virgínia manteve um relacionamento amoroso durante 10 anos com o ex-presidente. 

Chegou a dizer que entrava no Palácio do Catete (sede do governo) pela porta da frente e que “a barriguinha dele atrapalhava, mas que tudo se resolvia na horizontal”. Historiadores, porém, contestam a versão, dizendo que Getúlio não gostava de “baixinhas” – sem os saltos, Virginia media 1,50m.

É justamente esta alcunha que batiza o espetáculo escrito por Cacau Hygino e Renata Mizhari, que marca a estreia na direção de Claudia Netto, uma das maiores atrizes do musical brasileiro. E direção musical fica a cargo do premiado Alfredo Del-Penho

Suely Franco com Claudia Netto, que estreia na direção. Foto Pino Gomes

Em cena, Suely Franco interpreta Virginia já em seus últimos anos de vida, enquanto prepara uma ceia de Natal com a filha única, Marta (Flávia Monteiro), com quem acerta as contas enquanto aguarda a chegada de um amigo. Ao longo do dia, ela relembra episódios que marcaram a sua trajetória, em cenas que divide com Bela Quadros, responsável por dar vida à Virginia no auge de sua juventude.

Virginia participou de momentos importantes da música brasileira, como a gravação da marchinha Sassaricando, de Luiz Antonio, Zé Mario e Oldemar Magalhães, um estouro do Carnaval de 1951. O espetáculo vai trazer também Barracão (da chanchada É Fogo na Roupa), Ninguém me Controla e muitas marchinhas de letras maliciosas e com o duplo sentido bem-humorado que a consagrou, como Marcha da Pipoca.

Suely Franco como Virginia Lane. Foto Pino Gomes

Em meio a plumas, paetês e muitas pernas de fora, o espetáculo narra de forma carinhosa a trajetória da mulher que precisou enfrentar a Igreja para conseguir se casar no Outeiro da Glória após o veto de um padre. E que causou um grande furor quando, em 2012, revelou em uma entrevista à Rádio Globo que Getúlio Vargas foi assassinado, quando estava na cama com ela, e não que cometeu suicídio. Mais um ingrediente delicioso para uma história marcada por muitas lendas.

Em entrevista ao Jornal Extra, também em 2012, quando estava com 92 anos de idade, ela criticou a performance do ex-governante no sexo. “Na cama, ele não era grande coisa. Como era baixinho, não chegava lá. Getúlio era bom mesmo de língua, sabia beijar muito bem. Era a especialidade dele”, afirmou. 

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