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Sobrado histórico da Barra Funda vira Circo Caju

Sinopse

O casal Cafi Otta e Juliana Mesquita, apaixonado pela arte circense, criou o espaço com muito charme para abrigar atividades de formação em palhaçaria, acrobacia, mágica, malabarismos, além de espetáculos que recuperem a fama dos picadeiros

Por Dib Carneiro Neto (publicada em 21 de novembro de 2025)

Ele é palhaço, monociclista e malabarista. Ela é produtora cultural. Estão juntos há oito anos, sempre sonhando em ter um castelinho encantado, digo, um circo armado para suas estripulias amorosas e sua paixão pelos picadeiros. Pois aconteceu. Desde o início de novembro, Cafi Otta e Juliana Mesquita inauguraram na Barra Funda, bairro tão emblemático de São Paulo, o charmosíssimo Circo Caju, que junta seus nomes na maior ‘shippagem’ assumida – Ca de Cafi, Ju de Juliana. 

A sede ficou que é puro encanto. Todo mundo que já foi está dizendo isso. Cafi e Juliana compraram um sobrado antigo e detonado, na Rua Lavradio. Passaram um ano inteiro reformando tudo, porque o estado era realmente precário. Mas o casal se atraiu pela localização boa, perto de metrô e terminal de ônibus, entendeu o valor da construção histórica (reaproveitaram tijolos, vidraças, portas e janelas) e, o que talvez tenha sido decisivo, o pé direito ideal, altíssimo, coisa de 7 metros do chão ao teto, maravilhoso para as acrobacias aéreas. “O espaço ficou lindo: aberto, com boa circulação, cheio de cor e afeto”, derrete-se Juliana. “Ele traduz o que o Circo Caju é – um lugar vivo, acolhedor e sempre em movimento.”

Juliana Mesquita e Cafi Otta, na porta do Circo Caju. Foto Roberto Setton

A ideia é ocupar cada milímetro do sobradinho com cursos, oficinas, workshops e apresentações de palhaçaria, improvisos, mágica, acrobacia, malabarismo, música, dança, comédia, todo tipo de atividade autoral e o que mais lembrar e homenagear a arte circense. “A abertura superou tudo o que imaginávamos”, celebra Cafi. “Ver o público ocupando o espaço desde o primeiro dia confirmou que estamos no caminho certo.”

Portas abertas, janelas escancaradas, agora o desafio de sobrevivência está posto. “Nós seguimos conversando com empresas e parceiros, mas nesse começo o que sustenta o Caju é o público”, diz Juliana. “A bilheteria, o bar e a pipoca têm sido nossa base.” O plano é também se aproximar o máximo possível dos moradores do bairro, com ações para cativar o entorno. “Uma das nossas missões é criar esse diálogo com o território da Barra Funda”, confirma Cafi. “Estamos preparando oficinas, ações abertas e parcerias com coletivos, escolas e vizinhos, porque queremos que o Circo Caju seja realmente um ponto de encontro do bairro.”

E, claro, as programações de censura livre serão fartas e priorizadas. Juliana explica a lógica: “O circo sempre foi espaço para toda a família. É o que queremos, senão não faria sentido. Aqui no Circo Caju teremos atividades para todas as idades. A gente acredita que a convivência entre gerações é fundamental nesse momento em que as telas dominaram as relações.”

O galpão do Circo Caju, de Cafi Otta e Juliana Mesquita. Foto Roberto Setton

Ca e Ju relacionam abaixo o que vem por aí no Caju, nesse período que eles estão preferindo chamar de “uma abertura experimental”:

Oficina de criação de cenas cômicas com a Caravana Tapioca. Segundas e quartas, das 19h às 22h. Até 03/12.

De segunda a sexta, das 10h às 17h (exceto dias 20 e 21/11), exposição A3, com os artistas plásticos Cinthia Crelier, Ligia Yamaguti e Márcio Macena.

Dia 28/11, às 19h, Cabaré do Circo Caju, com o MC Montanha Carvalho e os artistas circenses Cafi Otta, César Lopes, Vicky Roman, Cia. Casca de Noz, Cia. do Relativo, Hernani Albuquerque e Luiza Bernat,  Adriana Telg e Bel Mucci.

Dia 02/12, oficina de arremesso de faca com Foca na Faca. Das 10h às 13h Módulo 1 e das 15h às 18h Módulo 2.

Dia 04/ 12, Cia LaClass com o espetáculo ‘Circo Excêntrico’, às 19h.

Dia 06/12, estreia o Caju Amigo, um show intimista com músicas autorais e versões com direito à chuveirão no jardim. A primeira convidada é a cantora, compositora e produtora musical de Salvador, Dani Vie, às16h. 

18/12, show ‘Anacoreta Blue’, de Márcio Guimarães, cantor, compositor e produtor cultural, das 19h às 22h.

Serviço

Circo Caju

Rua Lavradio, 404, Barra Funda, São Paulo.

Ingressos para todas as atividades à venda pelo Sympla.

Inscrições para as oficinas: links na bio do instagram @circocaju

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Ficha Técnica

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Serviço

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