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“Por Trás das Flores” detalha um salvador acerto de contas entre duas mulheres; veja vídeo

Escrita por Samir Yazbek e dirigida por Marcelo Lazzaratto, peça tem Helena Ranaldi e Martha Meola como as mulheres que partem da ancestralidade para tentar melhorar o futuro

Por Ubiratan Brasil

Duas mulheres se encontram em uma casa. Não é algo agradável, pois logo começa um ajuste de contas que coloca em questão desde ancestralidade até o futuro que precisa ser alterado. Esse é ponto de partida da peça Por Trás das Flores, escrita por Samir Yazbek, dirigida por Marcelo Lazzaratto e que estreia no dia 12 de setembro no teatro do Itaú Cultural.

O texto é como um novelo cujo desenrolar revela uma série de mistérios que surpreendem à medida que a discussão entre as duas mulheres se torna mais acalorada. Daí o cuidado de não entregar muito da história para não estragar o prazer do público.

Em cena, Helena Ranaldi e Martha Meola vivem essas mulheres que se encontram em uma casa localizada no norte do Líbano. Por meio de uma linguagem poética que ultrapassa o realismo, o texto de Yazbek informa que uma nasceu no Brasil enquanto a outra é libanesa. “Essa distância geográfica também se reflete na relação entre elas”, comenta Lazzaratto. “Por isso que acredito ser o texto uma espécie de travessia, que tanto pode ser dos vários quilômetros que separam Brasil do Líbano como também uma viagem interna, pessoal, em que uma tenta orientar a outra.”

Martha Meola e Helena Ranaldi em Por Trás das Flores. Foto Camila Rios

Nesse duelo verbal, a ancestralidade torna-se um detalhe fundamental que justifica os desejos de mudança revelados pelas duas mulheres. “Elas têm muito em comum, se conhecem bem e precisam ali desatar os nós”, comenta Martha. “E o espectador vai descobrindo como esse acerto de contas será essencial para o futuro de uma delas”, complementa Helena.

Segundo Lazzaratto, o espetáculo apresenta como espaço único, em que ocorre a ação, um quarto de uma antiga casa no Líbano. A encenação optou por manter poucos elementos, que são essenciais para configurá-lo como um tapete e um baú. Também a imagem de um Cedro-do-Líbano, árvore milenar libanesa, estará presente.

“É a árvore símbolo daquele país e possui variados significados: na Bíblia, por exemplo, ele é mencionado frequentemente como um elemento de grandiosidade e bênçãos divinas, valores muito adequados às necessidades das personagens da peça. Mesmo que elas não lhes deem a devida atenção, o broto de Cedro está ali, crescendo, anunciando um amanhã renovado”, afirma.

As atrizes Helena Ranaldi e Martha Meola e o diretor Marcelo Lazzaratto revelam detalhes da peça

“Há ainda no fundo um painel composto por módulos que lembram teares, como se a trama neles gerada fosse o enredo de memórias, lembranças que transcendem a vida vivida das personagens e acessam elementos de sua ancestralidade”, completa o diretor.

Para Samir Yazbek, o texto, inspirado em suas raízes libanesas, propõe “um mergulho na psique dessas duas mulheres que, apesar de suas diferenças geográficas e temporais, elaboram seus traumas, em um acerto de contas que opera a partir de arquétipos familiares, mas que faz ressoar dilemas éticos e morais que refletem a encruzilhada das visões de mundo do Oriente e do Ocidente, tão presente na formação da sociedade brasileira”.

Serviço

Por Trás das Flores

Itaú Cultural. Avenida Paulista, 149 

Quinta a sábado, 20h. Domingo, 19h.

Entrada franca. Retirada de ingressos: uma hora antes do início da atividade, no local.

Até 22 de setembro (estreia 12 de setembro)

Sinopse

Ficha Técnica

Serviço

A INCRIVEL VIAGEM DO QUINTAL