Monólogo com Aysha Nascimento traz à tona discussões urgentes sobre a prisão de mulheres negras e mães no Brasil
Por Redação Canal Teatro MF
A brutalidade do encarceramento feminino conectada a documentos e ficção por meio de uma estética de realismo fantástico – eis o ponto de partida da peça Parto Pavilhão, que voltou em cartaz, no Sesc Pompeia. Protagonizado por Aysha Nascimento em um solo, o espetáculo traz à tona discussões urgentes sobre o encarceramento de mulheres negras e mães no Brasil.
Com indicações ao Prêmio Shell 2024 nas categorias de Melhor Direção (Naruna Costa) e Melhor Dramaturgia (Jhonny Salaberg), a peça faz parte da Trilogia da Fuga, que anteriormente levou aos palcos Buraquinhos ou O vento é inimigo do picumã (2018) e Mato Cheio (2019), ambos também de autoria de Salaberg.
“É um espetáculo que mergulha na perspectiva feminina através de um recorte que transita entre o documento e a ficção através do realismo fantástico”, disse Salaberg.
A peça acompanha Rose, ex-técnica de enfermagem e detenta de uma penitenciária provisória para mães, que ajuda as mulheres nos partos, nos cuidados com os filhos e a suportar o peso dos dias dentro das celas.
Foi mãe dentro da penitenciária e conhece o cotidiano e os segredos desse labirinto. Aos poucos, ganha a confiança de todo o pavilhão e da diretora do presídio, com quem tricota roupinhas de lã para os bebês quase todas as tardes. Tudo muda quando, durante um jogo da seleção brasileira, ela pega um molho de chaves em uma gaveta aberta.
Serviço
Parto Pavilhão
Sesc Pompeia. R. Clélia, 93. Telefone: (11) 3871-7700
Terça à Sexta, 20h30. R$ 60
Até 18 de Outubro (reestreou em 17 de setembro)