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Paideia mais uma vez brinda São Paulo com seu festival internacional

Sinopse

Gratuita e voltada para público mirim e jovem, mostra da cia. paulistana traz, pela primeira vez, artistas da Lituânia, Moçambique e República Tcheca, além de atrações nacionais de censura livre

Por Dib Carneiro Neto

É muito inspirador, para dizer o mínimo, existir um festival de teatro para infância e juventude chamado Festival Uma Janela para a Utopia. E já está em sua 18.ª edição!  O que mais é o teatro senão essa janela para vislumbres de esperança? Ainda mais quando o público é a criança e os adolescentes. Quem realiza essa maravilha de evento anual é a premiada Paideia Associação Cultural, instituição regida pela Cia. Paideia de Teatro, fundada em 1998 pelo casal Amauri Falseti e Aglaia Pusch, portanto há 26 anos. Sua sede – um importante polo cultural da região paulistana de Santo Amaro – é frequentada com gosto e adesão pela comunidade local, sobretudo das escolas daquela região. Um orgulho e um exemplo a ser estudado e seguido em todo o Brasil.

Neste ano, todas as atrações do festival serão gratuitas. A vastíssima programação já começa nesta quarta, dia 25, e vai até domingo, em quatro endereços: na sede da Cia. Paideia, no Sesc Santo Amaro, no Teatro Paulo Eiró e no Centro Cultural Santo Amaro. Esse sempre foi um festival internacional, que nos dá a chance de ver em São Paulo atrações de censura livre produzidas em todas as partes do mundo. Neste ano, estarão pela primeira vez no evento artistas representantes da Lituânia, Moçambique e República Tcheca.

Cena de ntre Mundos, da Cia. Pulo do Gato. Foto Pri Fiotti

Do Brasil, além da anfitriã Cia. Paideia de Teatro, apresentam-se os grupos Coletivo GOMPA – Porto Alegre – RS; Trupe Alurô – João Pessoa-PB; Cia do Tijolo – São Paulo;  Cia. Pulo do Gato – São Paulo; Circo Di Soladies/Nem Só Ladies – São Paulo; Palhaça Manela – São Paulo; Pavilhão da Magnólia – Fortaleza-CE; Catarsis – Jundiaí-SP; Teatro da Pedra – São João del Rei-MG; Trupe de Truões – Uberlândia-MG; Teca Teatro – Salvador-BA; e Cleiton Echeveste representando a Cia. Pandorga – Rio de Janeiro-RJ. São atrações de teatro, dança e música, escolhidas a dedo pela rigorosa curadoria.

Um tema de importância cada vez maior no mundo será abordado pela artista e coreógrafa da Lituânia, Birutė Banevičiūtė (natural da cidade de Vilnius), que traz seu espetáculo da cia. Dansema Dance Theater e promove um seminário para refletir e discutir, com artistas e educadores, os novos aspectos da construção de espetáculos voltados para o público de crianças com deficiência, neurodiversidade e neuro divergência. O mundo do teatro precisa parar para pensar sobre isso e implementar medidas cada vez mais eficientes em seus espetáculos. O nome disso é inclusão. É incrível a Paideia não deixar esse tema de fora do festival deste ano.

Cena de Pepe e Carmela, da Cia Paideia. Foto João Figueiredo

Sumalgy Nuro, músico e bailarino de  Maputo, Moçambique, traz um show de música e dança chamado Madala (que significa velho), em que são explorados ritmos tradicionais de seu país, para ilustrar a vida desde os nossos primeiros dias. Damúza (de Praga, República Tcheca) vem com um espetáculo inspirado em viagens e encontros com trolls e fadas, Krajina v batůžku . Ela o define como “uma narrativa de objetos musicais”. 

Mais dois destaques foram pensados para nos emocionar muito este ano. O ator Eucir de Souza e a Cia. Razões Inversas preparam uma homenagem ao consagrado diretor teatral Marcio Aurelio e a Cia. Do Tijolo, um espetáculo em homenagem póstuma para Ilo Krugli, que foi um dos mestres pioneiros do teatro para crianças no Brasil. Tão bom um festival emparelhar lado a lado tanto atrações contemporâneas quanto tributos a nomes já estabelecidos e consagrados. Parabéns pelas duas iniciativas. 

Dentre as inúmeras atrações nacionais, vale pinçar algumas para ajudar em suas escolhas. Da Paideia, veja sem risco a tocante Pepé e Carmela, sobre um menino em situação de rua que faz amizade com uma palhaça. Do Rio Grande do Sul, não perca Frankinho – Uma História em Pedacinhos, do coletivo Gompa. Baseado no clássico Frankenstein, de Mary Shelley, o espetáculo é pura sofisticação, do começo ao fim, com um incrível recurso narrativo muito bem realizado. Outra boa pedida é Entre Mundos, da Cia. Pulo do Gato, de São Paulo, um espetáculo com máscaras teatrais, sem utilização de palavras, e com proposta de ser uma experiência bem sensorial.

Cena de Frankinho, do Coletivo Gompa. Foto Vilmar Carvalho

“O Festival faz parte da nossa história, da cidade e do mundo e se tornou um lugar onde se promove o encontro, a troca de experiências, a colaboração, cooperação, os projetos inovadores e as redes para que o Teatro para a Infância e Juventude possa se fortalecer e se desenvolver”, declarou oficialmente Aglaia Pusch, da Paideia.

Serviço

XVIII Festival Internacional Paideia de Teatro para a Infância e a Juventude: Uma Janela para a Utopia

Teatro Paideia. Rua Darwin, 153 – Jardim Santo Amaro. Tel.: (11) 5524-1468.

Sesc Santo Amaro. Rua Amador Bueno, 505 – Santo Amaro. Tel.: (11) 5541-4000.

Centro Cultural Santo Amaro. Av. João Dias, 822 – Santo Amaro. Tel.: (11) 5541-7057.

Teatro Paulo Eiró. Av. Adolfo Pinheiro, 765 – Santo Amaro. Tel.: (11) 5546-0449. 

Programação completa do Festival no link: https://paideiabrasil.com.br/festival2024/

Grátis. Retirada de ingressos com 1 hora de antecedência

De 25 a 29 de setembro

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Ficha Técnica

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Serviço

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