Após dez anos, ator volta à cena em “O Veneno do Teatro”, do espanhol Rodolf Sirera e ao lado de Maurício Machado
Por Redação Canal MF
Depois de 10 anos afastado dos palcos (sua última participação tinha sido no musical Barbaridade), o ator Osmar Prado está de volta em um texto do espanhol Rodolf Sirera, um dos dramaturgos contemporâneos de grande renome na Europa. Trata-se de O Veneno do Teatro, em cartaz no Sesc Santana.
Ao lado de Maurício Machado e sob a direção de Eduardo Figueiredo, Prado, aos 76 anos, vive um excêntrico Marquês que convida um ator para interpretar uma peça de sua autoria, inspirada na morte do filósofo grego Sócrates. Nobre aristocrata egocêntrico, ele passa a controlar o ator Gabriel de Beaumont (Machado) em um enredado jogo psicológico.
Aos poucos, porém, o Marquês revela-se um psicopata capaz de qualquer coisa para atingir seu objetivo: tornar a leitura da sua peça mais crível e realista possível. É bom lembrar que a peça foi escrita na década de 1970, logo após o fim da ditadura de Franco e durante o início do processo democrático na Espanha.
A trama se passa na França em 1784, pré-revolução francesa, ressaltando o período neoclassicista, mas a versão brasileira assume uma postura atemporal, ambientada na década de 1920, em Paris. “É uma obra interessante, um jogo dialético sobre ser e representar. É uma fábula moral, um thriller sobre o que é a arte”, comenta o autor Sirera, no material de divulgação.
“Em um momento com tantas adversidades, no qual o homem apresenta sérios sinais de retrocesso e barbárie, a obra de Rodolf Sirera nos apresenta uma importante reflexão sobre civilidade, poder e até onde pode ir a crueldade do ser humano”, diz o diretor Eduardo Figueiredo.
O espetáculo é todo pontuado com música ao vivo executado pelo violoncelista Matias Roque Fideles e tem direção musical de Guga Stroeter.
Serviço
O Veneno do Teatro
Sesc Santana. Av. Luiz Dumont Villares, 579
Quinta, sexta e sábado, 20h. Domingo, 18h. R$ 50
Até 24 de março