Espetáculo “27’s” traz como referência as mortes de Jimi Hendrix, Kurt Cobain, Janis Joplin, Amy Winehouse e Jim Morrison
Por Redação Canal Teatro MF
Em 2011, a cantora Amy Winehouse foi encontrada morta na casa em que morava. Quarenta anos antes o vocalista do The Doors, Jim Morrison, também apareceu morto em uma banheira em um hotel de Paris. Já em 1970, a primeira estrela feminina do rock, Janis Joplin, e um dos maiores guitarrista da história, Jimi Hendrix, interromperam suas vidas por conta de overdoses.
A década de 1990 também viu uma estrela da música partir de forma trágica: o vocalista da banda Nirvana, Kurt Cobain se suicidou, segundo a polícia, apesar de muitos de seus fãs acreditarem que ele foi assassinado.
O que os nomes que se encontram neste breve memorial de talentos perdidos têm em comum? Além de serem grandes referências da música, suas vidas se interromperam aos 27 anos. Maldição ou coincidência? Os nomes não param por aí. Há na história da música muitos outros nomes que encerraram suas trajetórias com essa fatídica idade.
Não à toa, existe um grupo lendário chamado Clube dos 27, reunindo nomes que perderam a vida nesse momento preciso. Por outro lado, a professora de psicologia da Universidade de Sidney, Dianna Kenny, na Austrália, descobriu que, na verdade, os 56 anos é que são a pior idade para as estrelas do rock.
Ela apurou que 2,2% dos músicos analisados morreram aos 56 anos, enquanto apenas 0,85% morreram aos 27. No entanto, é fato que grandes artistas do rock e do blues perderam, ou tiraram, suas vidas com exatamente essa idade.
Esse é o mote do texto escrito por Daniela Pereira de Carvalho para a peça 27’s, que estreia na terça-feira, dia 20 de agosto, no Teatro da Garagem. Com direção de Gustavo Rodrigues, o ator Augusto Zacchi interpreta um famoso roqueiro fictício, cuja vida por pouco não se encerra nessa mesma idade.
A dramaturgia transita pela biografia desses jovens músicos lembrados acima que influenciaram comportamentos e lançaram tendências, numa crítica social que apresenta uma forte conexão com os dias de hoje ao passar por temas como liberdade, feminismo, cultura de consumo, racismo, sexualidade, política e misticismo.
A dramaturgia parece propor um basta a novos integrantes deste imaginário clube. “Assim como seus ídolos, o personagem do Gustavo é um roqueiro que passou por uma tragédia aos 27 anos. Ele não morreu, mas sua vida praticamente acabou. Fã de música, ele se projeta nessas estrelas e se identifica com esse lugar de morte, considerando-se também um membro do Clube dos 27”, explica Daniela.
Mesmo não dando fim a sua vida, a trajetória emocional da personagem adentra o imaginário desse clube para dialogar com questões que atravessaram as vidas de cinco de seus ídolos mortos aos 27 anos: Jimi Hendrix, Kurt Cobain, Janis Joplin, Amy Winehouse e Jim Morrison.
Serviço
27’s
Teatro Garagem. Ru. Silveira Rodrigues, 331 – Siciliano
Terças e quartas, 20h. R$ 60
Até 25 de setembro