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A INCRIVEL VIAGEM DO QUINTAL

O aniversário de dez anos de um solo de palhaça

Sinopse

A argentina Painé Santamaria comemora em São Paulo uma década de apresentações de seu “Figaza Show”, que comprova a força cada vez maior das mulheres no mundo do circo

Por Dib Carneiro Neto

Na Argentina, no universo da palhaçaria, ‘figaza’ é o que deu errado, um número feito do jeito errado. Bastou saber disso para que a malabarista, palhaça e musicista argentina Painé Santamaria finalmente se decidisse pelo nome de sua palhaça; Figaza. Ela tem um solo, que está comemorando dez anos em cartaz, já apresentado em muitas países, inclusive na Europa. Morando no Brasil já há algum tempo, Paíné decidiu comemorar o décimo aniversário de seu espetáculo com uma turnê por São Paulo, que se encerrará neste sábado, dia 26, no Mundo Circo, no bairro do Carandiru, grátis, às 17 horas. Antes da apresentação, às 15h30, faz uma oficina de circo para todas as idades, em que os participantes poderão experimentar os malabares com claves, pratos e bolas.

“O termo figaza surgiu como uma brincadeira com a marginalidade em que o circo de rua é colocado dentro das artes, tratado como uma arte menos aprimorada”, conta Painé. “Claramente eu discordo disso e daí vem a brincadeira de escolher Figaza para ser o nome da minha palhaça.” Ela define o jeitão de sua palhaça: “Ela diz o que pensa e sempre tem uma resposta improvisada para brincar com o público”.

Cena de Figaza Show. Foto Tato Sanches

E como ela descreve seu solo e o sucesso que ele faz há uma década? Assim: “Figaza Show é um espetáculo de rua que vai se atualizando e se adaptando ao público por onde passa. Nesses 10 anos, já mudou bastante e continua em constante transformação. É um espetáculo que proporciona números de circo e jogos com o público, apresentando a cada dia algo diferente”.

Impossível não comentar com ela a força que as palhaças mulheres vem introduzindo cada vez mais no mundo da palhaçaria. E isso era raro até bem pouco tempo atrás. Uma conquista importante. Painé concorda: “Na minha formação, no começo, não tive tantas referências de mulheres palhaças ou malabaristas. Por sorte, isso foi mudando com os anos e hoje vemos mais referências. Sou muito fã tanto de artistas mais antigas como de muitas mulheres contemporâneas que desbravam a arte do circo. Existe todo tipo de palhaçaria e eu acredito que o que a gente sempre via, durante muitos anos, eram as piadas com uma cultura machista e que, agora, com o tempo, estão sendo questionadas cada vez mais. Com isso, vamos propondo outros tipos de humor, não só mulheres, mas todas as chamadas minorias”.

Painé Santamaria em cena de Figaza Show. Foto Tato Sanches

A picante e atrevida Figaza atua livremente para todos os públicos, não só para crianças. “Faço um espetáculo que se propõe a levar diversão tanto para todos”, confirma. “Minha palhaça usa seu humor e sua destreza para cativar pessoas de todas as idades, mas as crianças têm, claro, um espaço especial. Um dos números que chamam bastante atenção dos pequenos é a manipulação de bolhas de sabão. Afinal, toda criança gosta de brincar com as bolinhas de sabão.”

Painé Santamaria adquiriu um carinho especial pelo Brasil: “A princípio a ideia não era morar no Brasil, eu vim aqui para estudar e o destino foi fazendo com que encontrasse pessoas para realizar projetos incríveis e uma coisa levou a outra, até eu ficar aqui de vez. Hoje em dia, o Brasil é meu ponto de partida e chegada, mas quero sempre viajar pelo mundo levando meu trabalho”.

Serviço

Figaza Show: 10 anos solta pelas ruas

Mundo do Circo – Av. Cruzeiro do Sul, 2630

26 de outubro, sábado, 15h30 (oficina na Lona Multiuso) e 17h (apresentação na Lona Picolino). Grátis

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Ficha Técnica

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Serviço

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