Casa 5 e Cia As Moças
apresentam
Angela Figueiredo e Fernanda Cunha
em
NOITES SEM FIM
De Chloë Moss
Tradução Marco Aurélio Nunes
Direção Marco Antônio Pâmio
Segundas e terças no Teatro Eva Herz
Após duas curtas temporadas em São Paulo e no Rio de Janeiro, com mais de 3000 espectadores, Angela Figueiredo e Fernanda Cunha voltam à cena, agora as segundas e terças no Teatro Eva Herz, para falar novamente do mundo feminino, das mulheres à margem da sociedade, das relações afetivas, de laços familiares, do amor e da falta de amor, da amizade e da solidão
Angela Figueiredo e Fernanda Cunha são atrizes de gerações diferentes desenvolvendo parceria artística e de produção. Apaixonadas por seu ofício, elas se conheceram no II Festival de Peças de Um Minuto do Grupo Parlapatões, em 2010, no qual as duas participam do elenco. Nesta época iniciaram o processo, procurando e pesquisando textos. O primeiro desafio da Cia. foi o texto As Moças: O Último Beijo, de Isabel Câmara que teve a direção de André Garolli. “Arregaçaram as mangas”, investiram recursos próprios, agregaram profissionais e amigos até a realização do espetáculo que estreou em São Paulo em 2014 e no Rio de Janeiro em 2015, com sucesso de público e crítica. Agora, estão concretizando o segundo trabalho da Cia. As Moças, com a montagem do texto Noites Sem Fim.
Fernanda recebeu a indicação do texto This Wide Night de um amigo, o ator Dan Stulbach, que assistiu uma montagem do texto em Nova York, em 2010. This Wide Night estreou em Londres em 2008. Foi apresentado pelo Clean Break Theater Company, grupo que trabalha com mulheres que tiveram suas vidas afetadas pelo sistema da justiça criminal.
Noites Sem Fim tem direção geral de Marco Antônio Pâmio que chegou ao projeto de forma natural, primeiramente ajudando na negociação dos direitos autorais. Em seguida, ao ler o texto, conhecendo o trabalho anterior das atrizes, aceitou o convite para dirigir o projeto. Pâmio trouxe Marco Aurélio Nunes para fazer a tradução do texto, Cássio Brasil para os figurinos e cenário, Fran Barros para o desenho de luz, Branco Mello e Ricardo Severo em parceria inédita, para a trilha sonora.
O texto da inglesa Chloë Moss conta a história de duas ex-presidiárias que se conheceram e se tornaram amigas dentro da cadeia e que provavelmente nunca teriam se conhecido fora da prisão. Lorraine, uma cinquentona que cometeu um crime grave acaba de sair e vai direto encontrar Marie, trinta anos, que saiu há mais tempo, mora numa quitinete mínima com moveis velhos e tv. Ela cometeu um crime mais brando e está sem perspectivas. Durante a primeira semana de liberdade de Lorraine, a relação delas se aprofunda e se transforma a partir da suposta liberdade recém-conquistada e do contato com pessoas e histórias do passado.A força do que houve antes é tão grande que elas se obrigam a reproduzir a amizade e parceria estabelecida entre elas. Intenso e por vezes divertido, o texto nos leva ao mundo das personagens e nos faz refletir sobre o processo de reintegração na sociedade. O que é ser livre novamente?
Em 2006, Chloë Moss fez residência de escritora no Presídio Cookham Wood, na Inglaterra, recolhendo material para a criação deste texto. Ela conseguiu tratar o tema sem estridências, trazendo verdade e cuidado ao viés social abordado na peça com paixão. As duas personagens são inspiradas em várias detentas que a autora conheceu. Ela passou três meses convivendo com as presidiárias, e seu desafio foi decidir entre o que escrever, pois obteve mais de 50 possibilidades de histórias diferentes.
Desde que o texto foi escrito, tem sido encenado em teatros em Londres, Nova York e em presídios. Nos presídios as apresentações sempre foram muito gratificantes. Tendo semelhança, ou diferença, entre as histórias das personagens e das presas, a peça sempre foi abraçada generosamente pelas mulheres que a assistiram através dos comentários realizados em workshops após as apresentações.
O Texto This Wide Night ganhou o premio Susan Smith Blackburn Playwriting Prize em 2009.
Sobre o presidio Cookham Wood Prison: HMYOI Cookham Wood foi construído na década de 1970, originalmente para os jovens, mas seu uso foi alterado para atender a crescente necessidade de alojamento feminino seguro.
Em 2007/8, Cookham Wood sofreu outra mudança em função da necessidade para acomodar garotos jovens, entre 15-18 anos. O estabelecimento oferece e fornece educação e treinamento profissional, em convenio com o Youth Justice Board’s Strategy for Secure Estate for Children and Young People no intuído de reduzir reincidência.
Por Marco Antônio Pâmio
Vejo Noites Sem Fim como a transposição de um relacionamento entre duas mulheres, criado artificialmente num microcosmo – uma cela de cadeia – para um macrocosmo – o mundo. Isso acaba implicando numa transformação desse relacionamento a partir da liberdade que o mundo dá a elas.
As duas provavelmente nunca teriam se conhecido fora da prisão e pouco têm em comum, a não ser a origem humilde. Mas a força do que houve antes é tão grande que elas se obrigam a reproduzir a amizade e parceria estabelecida entre elas, apesar dos prejuízos e incômodos pessoais que isso possa lhes trazer.
Como resultado, embora estejam usufruindo de um universo maior, voltam a se enclausurar num espaço claustrofóbico. Ou seja, dentro de uma possibilidade de abrir seus horizontes, elas optam por voltar a viver aquela antiga situação criada artificialmente. O mundo natural não consegue destruir as amarras daquilo que foi construído no mundo artificial. O que tinha importância antes num ambiente controlado se modifica e se deteriora rapidamente ao ser exposto à realidade descontrolada da vida.
A cela da cadeia se transporta para dentro de um apartamento quitinete. Porém, embora sejam as mesmas duas pessoas confinadas dentro do mesmo pequeno espaço, a atmosfera é completamente diferente, pois elas sofrem as influências dos projetos de vida (fracassados em ambos os casos) a que cada uma havia se proposto.
O que se modifica então, ao se sair de uma cela para outra? O relacionamento entre elas se aprofunda, se intensifica e se transforma a partir do contato com a liberdade e com pessoas e histórias do passado de cada uma.
Na encenação procurei fundir essas duas clausuras possibilitando aglutinar as duas experiências de forma mais contundente. Dentro dessa opção cênica, a cenografia sugere ambos os ambientes, as sonoridades remetem ao presente e aos fantasmas do passado, o desenho de luz complementa a atmosfera claustrofóbica.
E, acima de tudo, a montagem se apoia no trabalho das atrizes, que devem reforçar o caráter dicotômico das duas personagens. O ponto de partida foi a verticalização dos conteúdos do texto, posteriormente sintonizada com o trabalho de corpo e voz. Pretendo que Marie expresse toda a frustração da juventude perdida com más companhias e maus propósitos. Lorraine, por sua vez, tem que atingir o equilíbrio dramático de uma mãe amorosa que também é uma assassina.
Noites Sem Fim pretende, através da exposição das tensões sociais e, sobretudo humanas, mostrar a ferida aberta que se produz ao se retirar o indivíduo do cárcere e jogá-lo na prisão da vida.
Texto Chloë Moss
Tradução Marco Aurélio Nunes
Direção Marco Antônio Pâmio
Com Angela Figueiredo e Fernando Cunha
Cenário e Figurinos Cassio Brasil
Desenho de Luz Fran Barros
Trilha sonora e sonoplastia Branco Mello e Ricardo Severo
Visagista: Beto França
Assistente de Direção: Gonzaga Pedrosa
Preparação Corporal: Marco Aurélio Nunes
Direção de Produção Fernanda Cunha e Angela Figueiredo
Assessoria de imprensa Morente Forte Comunicações
Fotos João Caldas
Projeto gráfico Vicka Suarez
Vídeo de divulgação Nanda Cipola
Assistente de produção e Contrarregra Luciana Affonso
Operador de Luz Claudinei Brandão
Operador de Som Bento Mello e André Zacarelli
Cenotécnico Domingos Varela
Assistente de Cenotécnico João Carvalho
Serralheiro Luís Carlos Fernandes
Assistente de Serralheiro Renato Fernandes
Costureira Yrondi Moço Rillo
Apoio Centro Cultural Banco do Brasil
Realização Casa 5 e Cia. As Moças
Projeto contemplado pelo Edital número 01 da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo- PROAC EDITAL- 2015 e no Edital Cessão de Espaço do CCBB.
NOITES SEM FIM
TEATRO EVA HERZ (168 lugares)
Livraria Cultura – Conjunto Nacional
Avenida Paulista, 2073 – Bela Vista
Bilheteria: 3170-4059 / www.teatroevaherz.com.br
Terça a sábado, das 14h às 21h. Domingos das 12h às 19h. Formas de Pagamento: Dinheiro / Cartões de débito – Visa Electron e Redeshop / Cartões de crédito – Amex, Visa, Mastercard, Dinners e Hipecard. Não aceita cheque.
Vendas: www.ingressorapido.com.br
Terças e quartas às 21h
Ingressos:
R$ 40
Duração: 80 minutos
Recomendação: 14 anos
Estreou dia 14 de Julho de 2016 no CCBB
Reestreou dia 09 de Novembro de 2016
Curta Temporada: até 07 de Dezembro