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Mostra Scena reúne trabalhos vindos da Itália meridional e insular

Sinopse

Em sua quarta edição, evento busca construir um olhar sobre as artes cênicas italianas hoje, entrecruzando referências clássicas, como as pinturas de natureza morta, em “Vanitas”, e o imaginário contemporâneo, midiático e efêmero, como as ‘nuvens’, em “CLOUD

Por Redação Canal Teatro MF

As Mostras e Festivais de Teatro cumprem o papel de apresentar um breve panorama das artes cênicas nas mais diversas regiões. Em sua quarta edição, o Sesc Belenzinho viabiliza a realização da Mostra Scena, com a Semana da Cena Italiana Contemporânea, que se condensa em dois espetáculos de jovens e emergentes artistas, provenientes da Itália meridional e insular, com propostas que colocam lado a lado na cena a dança, a performance e as artes visuais. 

No ano em que se comemoram os 150 anos da imigração italiana, a curadoria de Rachel Brumana escolheu trabalhos provenientes do sul da Itália (Nápoles) e das grandes ilhas (Sicília e Sardenha), ambos com enfoque na dança e em questões que permeiam o contemporâneo. Os dois trabalhos – Vanitas e CLOUD – fazem um percurso no tempo entrelaçando passado e presente. 

Cena do espetáculo Vanitas. Foto Luca del Pia

Vanitas revisita a história da pintura italiana e tem como referência os estilos realizados na Europa entre os séculos XV e XVII para lembrar a efemeridade da vida, a futilidade da busca por prazeres e a certeza da morte, em contraponto a uma sociedade bastante envaidecida, preocupada com a imagem.

Símbolos vanitas frequentemente incluem caveiras, lembranças inevitáveis da morte; frutas apodrecidas, que simbolizam a decadência trazida pelo envelhecimento; bolhas, fumaça, relógios e ampulhetas, que evocam a brevidade e a natureza efêmera da vida.

Para estabelecer um diálogo entre passado e presente, o espetáculo reúne em cena três jovens artistas da dança que mesclam suas imagens com projeções e referências de obras na cena. “Hoje penso na vaidade como uma das causas que levam à alienação e ao egoísmo solitário que caracterizam o nosso tempo, uma espécie de estrutura saturada de medos, obsessões capitalistas e um grande senso de inadequação que habita cada um de nós e que, em nós, não pode encontrar solução”, diz uma das criadoras, Roberta Racis. 

Giovanfrancesco Giannini em CLOUD. Foto @pietrobertora

Já no solo CLOUD, a alusão se constrói a partir de uma referência bem mais conectada com o presente. O título do espetáculo se refere à nuvem, expressão e objeto tão específico dos dias atuais e da manutenção das nossas memórias. Pois é justamente disso que se trata o espetáculo: criar evidências da memória que vão para além do nosso corpo, mas que estão contidas nos diversos dispositivos tecnológicos.

Para isso, o perfomer Giovanfrancesco Giannini une seus gestos a uma mistura de projeções da internet, de várias localidades, e de seu acervo pessoal. “A ideia de dialogar com imagens e, mais amplamente, com o elemento midiático e digital nasceu de uma reflexão sobre o conceito de arquivo, em especial os arquivos digitais que todos nós possuímos e armazenamos diariamente em nossos dispositivos. Sempre me fascinou a possibilidade de uma memória pessoal fora do corpo, mas que ainda nos pertence e frequentemente se entrelaça com uma memória que engloba a todos, tornando-se coletiva.”, conta Giannini. 

É dessa forma que a quarta edição Mostra Scena busca apresentar um breve panorama das artes cênicas italianas, enfatizando os anseios contemporâneos, por meio de referências clássicas, as vanitas, e do imaginário atual e midiático, “as nuvens”. 

Serviço

Mostra Scena

Sesc Belenzinho – Sala de Espetáculos. Rua Padre Adelino, 1000

Vanitas
Dias 12 e 13/12, quinta e sexta-feira. 20h

CLOUD
Dias 14, sábado, 20h. Dia 15, domingo, 17h

Ingressos R$ 60

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Ficha Técnica

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Serviço

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