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Mirada apresenta 33 espetáculos de 10 países

Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas traz em Santos peças que abordam questões indígenas, decoloniais, das relações com a natureza, gênero e identidades, migrações e diversidade de corpos; São Paulo também terá programação

Por Ubiratan Brasil

Já se tornou uma tradição a cidade de Santos abrigar, no mês de setembro, o Mirada, Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas. A sétima edição começa nesta quinta-feira, dia 5, e vai o dia 15, com um total de 33 espetáculos. Realizado pelo Sesc São Paulo, o festival homenageia neste ano o Peru, representado por onze obras, sendo oito espetáculos e três apresentações musicais e performáticas que integram o Ponto de Encontro, agenda noturna do festival.

Os curadores definiram três eixos para montar a programação: o sonho, a floresta e a esperança. Assim, os espetáculos convidados apresentam questões indígenas, decoloniais e das relações com a natureza, além de provocarem reflexões sobre violências, gênero e identidades, migrações e deslocamentos, relações de poder e diversidade de corpos.

Cena da peça peruana El presidente más feliz. Foto Paul Mayca

“Compreender o pertencimento ancestral enriquece a pesquisa nas artes performáticas, ampliando visões e criando novos contextos. Essa percepção pode superar supostas hierarquias entre povos e permitir novas aproximações simbólicas”, comenta Luiz Galina, Diretor Regional do Sesc São Paulo.

A abertura do festival será feita por dois trabalhos peruanos, o espetáculo de rua El Teatro Es un Sueño, do grupo Yuyachkani, e a peça Esperanza, de Marisol Palacios e Aldo Miyashiro. O primeiro, apresentado ao ar livre, próximo ao Sesc Santos, homenageia o teatro, criando um momento de fantasia em que vida cotidiana, encenação e música ao vivo se mesclam. Já o segundo, com encenação no Teatro da Unidade, se situa no início dos anos 1980 no Peru, quando o país, recém-saído de um regime ditatorial, vivia um período conturbado.

Além do Peru, o Mirada traz ainda doze peças vindas de Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Espanha, México, Portugal e Uruguai, e mais treze trabalhos nacionais dos estados Amazonas, Ceará, Minas Gerais, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e São Paulo.

Cena da peça argentina Sombras, por supuesto. Foto Sebastian Arpesella

Além das apresentações em espaços fechados, o festival conta também com obras apresentadas na rua e em espaços públicos. É o caso de A Velocidade da Luz, espetáculo do diretor argentino Marco Canale. Resultado de uma residência de quatro semanas com pessoas idosas da região de Santos, o espetáculo ocupa diversos espaços do Centro Histórico, entrelaçando histórias reais e uma trama fictícia.

PALMASOLA – uma cidade-prisão, obra boliviana dirigida pelo grupo suíço KLARA-Theaterproduktionen, recria a cidade-prisão de Palmasola, na Bolívia, pela história de um prisioneiro suíço que precisa entender as regras de sobrevivência dali. As apresentações serão na Casa da Frontaria Azulejada, com sua fachada repleta de azulejos em alto-relevo e arcos, construída em 1865 e um dos pontos arquitetônicos mais icônicos da cidade.

Entre as produções brasileiras, Vila Socó, do Coletivo 302, percorre ruas e memórias da Vila São José, em Cubatão, para contar a história do incêndio ocorrido há 40 anos na Vila Socó, antigo bairro operário da cidade, que se tornou uma das maiores tragédias industriais do país.

Cena da peça brasileira VAPOR, ocupação infiltrável . Foto Camila Rios

Ubu Tropical, a Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz, do Rio Grande do Sul, parte da figura do bufão e encena sua versão da história de Pai Ubu, com influências do tropicalismo e do modernismo brasileiros e alusões à política do país. As apresentações vão acontecer na Praça Mauá, em Santos, e na Praça Tom Jobim, em São Vicente.

Crianças e jovens poderão assistir a O Estado do Mundo (Quando Acordas), do grupo português Formiga Atómica, que questiona até que ponto os objetos cotidianos podem ser responsáveis por catástrofes naturais. Para o público infantojuvenil, De Mãos Dadas com Minha Irmã, da Cia Os Crespos, se inspira em contos e ritmos afro-brasileiros, mesclando técnicas e linguagens variadas para narrar a trajetória de uma heroína negra.

São Paulo também vai receber espetáculos internacionais e nacionais do Mirada. A partir de 7 de setembro, as unidades Avenida Paulista, Belenzinho, Bom Retiro, Consolação, Pompeia e Vila Mariana terão programação da Extensão Mirada, com quatro espetáculos internacionais, uma apresentação musical e um encontro com artista. Além disso, três peças nacionais também são apresentadas na capital.

Cena de show da banda peruana Los Mirlos. Foto Pablo Mekler

Serão apresentadas as peças internacionais G.O.L.P. (Chile e Portugal), Tierra (Uruguai), El Presidente Más Feliz (Peru) e Sombras, Por Supuesto (Argentina), e as brasileiras VAPOR, ocupação infiltrável (Piauí); MONGA (Ceará) e Parto Pavilhão (São Paulo).

O Sesc Pompeia apresenta o show da banda peruana Los Mirlos, considerada um dos precursores da cúmbia amazônica, enquanto o Sesc Consolação recebe a coreógrafa e pesquisadora peruana Cristina Velarde, diretora de El Presidente Más Feliz, que apresenta dinâmicas de contato, movimento e explora de que formas o toque modula as relações entre os corpos e enriquece a percepção por meio dos sentidos na atividade formativa Imagens do Toque.

Serviço

Mirada – Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas

Informações em https://sescsp.org.br/mirada

Venda de ingressos na bilheteria das unidades do Sesc São Paulo e on-line pelo portal do Sesc SP (https://sescsp.org.br/mirada), app Credencial Sesc SP e https://centralrelacionamento.sescsp.org.br/. R$ 40

Até 15 de setembro

Extensão Mirada

Em São Paulo – 7 de setembro a 27 de outubro de 2024

Nas unidades do Sesc SP: Avenida Paulista, Belenzinho, Bom Retiro, Consolação, Pompeia e Vila Mariana
Ingressos à venda na centralrelacionamento.sescsp.org.br

Sinopse

Ficha Técnica

Serviço