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“Mãe de Santo” exalta mulheres negras que transformaram suas realidades

Sinopse

A peça, primeira parte da trilogia “Matriarcas”, homenageia a filósofa Helena Theodoro, por meio de suas vivências, e debate ancestralidade e resistência feminina, mostrando a força da mulher negra na tradição africana

Por Redação Canal Teatro MF

Embora a disparidade entre corpos pretos e corpos brancos em sua representatividade na cena teatral brasileira hoje tenha diminuído bastante, ainda há muito o que se fazer para se chegar de fato a uma proporção justa e ideal no que diz respeito a quais corpos estão inseridos na arte da representação. Ao longo dos tempos, acompanhamos o pioneirismo de atrizes negras que romperam barreiras e ocuparam espaços antes não conquistados em razão da cor da sua pele.

Léa Garcia foi a primeira atriz brasileira e negra a concorrer no Festival de Cannes pelo Brasil, em 1957, por sua atuação em Orfeu Negro, de Marcel Camus. Ruth de Souza foi a primeira atriz negra a se apresentar no Teatro Municipal do Rio de Janeiro. A sua estreia aconteceu em 1945, na peça Imperador Jones, de Eugene O’Neill

Cena de Mãe de Santo. Foto Guga Melgar

Já no ano de 2017, Vilma Melo foi a primeira mulher preta a vencer o Prêmio Shell de Teatro do Rio de Janeiro na categoria de melhor atriz por sua personagem no espetáculo Chica da Silva – O Musical. Pois é Vilma quem protagoniza agora o solo Mãe de Santo, com estreia no Centro Cultural Banco do Brasil. Ela interpreta várias mulheres pretas em diferentes vivências. O monólogo ressignifica e exalta o poder da mulher preta na liderança de suas comunidades.

O espetáculo faz parte da trilogia Matriarcas, composta ainda pelas peças Mãe Baiana e Mãe Preta, que estreiam posteriormente em janeiro e fevereiro de 2025. As três peças teatrais são inspiradas nas vivências da intelectual Helena Theodoro e em histórias de mulheres negras que enfrentaram desafios e transformaram suas realidades. Helena também traz a marca do pioneirismo. Pesquisadora, educadora, historiadora e filósofa, ela foi a primeira mulher negra brasileira a conquistar o título de doutora em filosofia, no ano de 1985. 

Vilma Melo em Mãe de Santo. Foto Roberto Carneiro

Mãe de Santo tem dramaturgia de Renata Mizrahi e direção de Luiz Antônio Pilar. A peça, escrita a partir de textos e relatos de Helena Theodoro, reflete sobre os muitos papéis desempenhados por mulheres negras ao longo da vida, evocando questões de ancestralidade e espiritualidade, trazendo um posicionamento firme e de orgulho das histórias contadas e passadas por gerações. Evidencia como as mulheres afro-brasileiras são diálogos e corpos sagrados que utilizam o homem como complemento de suas narrativas e vivências.

“Esse espetáculo é a expressão da minha felicidade e do meu compromisso com nossa ancestralidade. Um projeto que nasceu em 2018, após a descoberta do Alzheimer da minha avó materna Maria, que é uma mãe de santo, e da reconexão com a minha fé, que me permitiu vislumbrar esta montagem trazendo à cena histórias de tantas mulheres que admiro, que me inspiram e me orientam”, revela o idealizador, produtor e diretor da Palavra Z, Bruno Mariozz.

Serviço

Mãe de Santo

Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB). Teatro (Rua Álvares Penteado, 112) e Anexo (Rua da Quitanda, 80)

Quintas e sextas, 19h; sábados e domingos, 18h. Grátis. Retirada de ingressos em bb.com.br/cultura ou na bilheteria do CCBB 

Até 5 de janeiro (estreia em 19 de dezembro)

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Ficha Técnica

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Serviço

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