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Isabel Teixeira encena última peça de Jandira Martini

Sinopse

Atriz está no monólogo “Jandira – Em Busca do Bonde Perdido”, uma reflexão sobre momentos dramáticos e a vida dedicada ao teatro

Por Redação Canal Teatro MF

Como atriz, Jandira Martini exibia uma versatilidade para drama e comédia – as novelas sempre contavam com sua presença como personagem do Oriente Médio, graças à sua fisionomia característica. Mas, como dramaturga, Jandira era hábil nas palavras, ligeira nos diálogos, sempre provocando gargalhadas, mas sem perder a atenção do público.

Ela morreu em janeiro deste ano, aos 78 anos, mas deixou textos inéditos que começam a sair das gavetas. Primeiro foi Memórias do Vinho – Per Bacco, encenada por Caio Blat e Herson Capri. Agora, depois de uma feliz temporada no Rio, chega a São Paulo o monólogo Jandira – Em Busca do Bonde Perdido, seu último texto, que estreia no Tucarena.

Isabel Teixeira em Jandira, Um Bonde Perdido. Foto Roberto Setton

Estrelado por Isabel Teixeira, um dos nomes mais relevantes do teatro brasileiro, com 40 anos de carreira e diversos prêmios, o monólogo é inspirado na jornada pessoal e na dedicação ao teatro de Jandira. E é ela quem define: “Um monólogo sobre uma situação imprevista, surpreendente. Uma atriz que se revela, diante de seu público, ao narrar, com humor, sua inesperada e assustadora experiência. Auto ficção? Sem dúvida. Um stand-up? Seria, se fosse cômico. E cômico não chega a ser. Nem trágico. Apenas dramático”.

A peça é um relato autobiográfico bem-humorado e poético sobre a tomada de consciência da finitude. O texto direto, enxuto e coloquial evoca os blocos carnavalescos da cidade de Santos – sua terra natal -, as descobertas da infância, momentos dramáticos e a vida dedicada ao teatro.

Isabel Teixeira em Jandira – Em Busca do Bonde Perdido. Foto Roberto Setton

“O texto é uma corajosa exposição. Uma improvável abertura de sentimentos de uma das pessoas mais fechadas que conheci. Uma peça que fala de uma dor de todos nós, com um grau elevado de bom humor e poesia. O convite da Mesa2 e dos filhos de Jandira Martini me permite continuar ao lado dela, num ciclo iniciado em 1984, que resultou em muitas peças de teatro, roteiros de cinema, novelas e séries para TV. Uma escrita vitoriosa. Um grande acerto foi convidar Bel Teixeira. Bel respira e transpira Teatro. Bel é Jandira”, celebra Marcos Caruso, que dirige o solo com a experiência de ter trabalhado com Jandira em vários momentos – assinaram, por exemplo, a dramaturgia da comédia de sucesso Sua Excelência, O Candidato, em 1985.

De fato, atriz tarimbada, Isabel Teixeira exibe sua versatilidade em momentos mais difíceis do texto, quando a personagem/narradora busca socorro nas palavras e pensamentos de Molière, Machado de Assis, Oscar Wilde, Shakespeare e outros grandes nomes da escrita, sua grande paixão.

Caruso e Jandira são atores que escrevem. A cada dia vivido nos ensaios dessa peça, percebi que a parceria de uma vida continua, e que eles ainda estão escrevendo juntos e se divertindo com isso. E agora faço parte dessa escrita, assim como toda a equipe da peça, celebrando a vida de uma atriz, a cena, o teatro, a vida”, afirma ela. “Jandira é uma atriz/autora que escreve com humor, força e coragem para entender o que está passando, mas que o faz (como sempre, durante toda uma vida) com a leveza e simplicidade de quem consegue encaixar as palavras no coração.”

Sobre a montagem, Caruso completa: “Concebi um espetáculo onde o absolutamente imprescindível e o essencialmente necessário estarão em cena. Essa foi a maneira que encontrei de honrar Jandira e, assim, poder continuar escrevendo com ela, para que, este ano, possamos completar nossos 40 anos de parceria”.

Serviço

Jandira – Em Busca do Bonde Perdido

Tucarena. Rua Bartira, 347. Perdizes

Sextas, 21h. Sábados, 19h. Domingo, 17h. R$ 100

Até 8 de dezembro (estreia 11 de outubro)

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Ficha Técnica

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Serviço

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