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GOTA D´ÁGUA [A SECO]

Sinopse

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De Chico Buarque e Paulo Pontes

Adaptação e direção Rafael Gomes

Direção musical Pedro Luís

 

Com apenas dois atores em cena e outras canções em seu roteiro, nova versão do clássico de Chico Buarque e Paulo Pontes, que tem adaptação de Rafael Gomes e direção musical de Pedro Luís, volta a São Paulo em curta temporada no Teatro Porto Seguro

 

Em dezembro de 1975, Bibi Ferreira subia ao palco do Teatro Tereza Rachel (Rio de Janeiro) para estrear Gota D’Água, transposição da tragédia grega Medeia, de Eurípedes, para a realidade de um conjunto habitacional do subúrbio carioca. Com um arrojado texto em versos de Chico Buarque e Paulo Pontes e canções como Basta um Dia, o espetáculo marcou época e se tornou um clássico moderno do Teatro Brasileiro.

Mais de quatro décadas depois, a história voltou à cena com uma adaptação absolutamente inédita do diretor Rafael Gomes. Batizada de Gota D’Água [a seco], a nova versão estreou no Rio de Janeiro em maio de 2016 e está de volta a São Paulo para curta temporada no Teatro Porto Seguro, de 7 de abril a 7 de maio. No palco, Laila Garin e Alejandro Claveaux são acompanhados por cinco músicos sob a direção musical de Pedro Luís.

Como ‘a seco’ do título já indica, a montagem busca chegar à essência da história, através dos embates entre os protagonistas, Joana e Jasão, ainda que outros personagens do original também apareçam na adaptação. Mesmo com parte da trama sociopolítica reduzida na versão, Rafael Gomes reitera que a sua leitura da peça é focada em sua natureza política, cruelmente atual.

“A Gota D’Água original possui uma trama política bastante latente em seu embate entre opressores e oprimidos. Ao concentrar a história em Joana e Jasão, em suas ideologias, ações e sentimentos, eu gostaria ainda assim de falar sobre essa política mais essencial da vida, do dia a dia, essa que a maioria das pessoas sublima, esquece ou finge que não é com elas, achando que ser político é somente saber apontar o dedo para o adversário e se manifestar eventualmente por aquilo que interessa, de forma um tanto o quanto individualista”, afirma o diretor, que manteve toda a estrutura formal da peça e inseriu novas canções e pequenas citações de letras de Chico Buarque em algumas passagens do texto.

Gota D’Água [a seco] é o primeiro espetáculo que Rafael Gomes dirigiu fora de sua companhia, a Empório de Teatro Sortido, de onde trouxe alguns colaboradores para esta montagem, como o cenógrafo André Cortez (Prêmio Shell por Um Bonde Chamado Desejo, 2015) e o iluminador Wagner Antônio. Rafael foi convidado pela produtora Andréa Alves, da Sarau Agência, e por Laila Garin para embarcar no projeto.

Estrela de Elis – A Musical, Laila experimenta agora um novo desafio em cena: além de interpretar a mítica personagem eternizada por Bibi Ferreira, dá voz a músicas que não faziam parte da peça original, como Eu Te Amo, Baioque e Cálice. Revelado no projeto Clandestinos, Alejandro Claveaux interpreta o personagem que já foi de Roberto Bonfim e Francisco Milani (na temporada paulistana, em 1977).

Uma tragédia carioca, embates universais

Chico Buarque e Paulo Pontes começaram a trabalhar no texto original a partir de uma transposição que Oduvaldo Vianna Filho (1936-1974) havia feito para a televisão. A feiticeira Medeia virou Joana, moradora do conjunto habitacional Vila do Meio-Dia, mãe de dois filhos, frutos de seu casamento com Jasão, alguns anos mais novo do que ela. Compositor popular, Jasão é cooptado pelo empresário Creonte, que o ajuda a fazer sucesso, e termina por largar Joana para se casar com a filha do milionário. A trama passional – que culmina na vingança de Joana –  tem como pano de fundo as injustiças sociais pelas quais os moradores do local passam, vítimas da exploração de Creonte, todo-poderoso da região.

Por conta deste acúmulo de tensões, Rafael Gomes elegeu o embate como o conceito central de sua montagem. Não somente o embate amoroso, que está no cerne da trama do casal, mas também o social, em um sentido mais amplo, e, principalmente, o íntimo. “São as batalhas internas a que as circunstâncias externas nos sujeitam. Jasão no conflito entre o que está ganhando e o que está deixando para trás, assim como Joana na decisão entre ir às últimas consequências para se vingar ou simplesmente seguir vivendo – o embate entre o humano e o divino, o terreno e o espiritual”, conclui o diretor.

Com esta nova e enxuta adaptação, as músicas que não estavam no original entram justamente para servir à dramaturgia, ao contar partes da história, revelar melhor o caráter e as contradições das personagens, além de amplificar alguns contextos e situações que precisaram ser sumarizados. A entrada de Pedro Luís na direção musical vem ao encontro da vontade de não fazer necessariamente um musical tradicional. “É um arejamento, um olhar diferente. Pedro fez com as canções, todas já tão conhecidas e consagradas, o que eu pretendo fazer com a dramaturgia: dar uma nova dimensão, jogar uma luz por um lado que não estamos acostumados a ver. Isso não implica em uma ambição de ‘melhorar’ nada, apenas de tentar pensar e criar por um caminho menos óbvio”, ressalta Rafael.

Música, letra e teatro

Laila Garin sempre teve a carreira teatral atravessada pela música, seja em shows paralelos ou na série de espetáculos musicais que protagonizou recentemente. Após ter iniciado a vida artística em Salvador, sua cidade natal, ela se mudou para o São Paulo e trabalhou com Luiz Carlos Vasconcelos, Cia. Piolim, antes de ficar por sete anos na Casa Laboratório, dirigida por Cacá Carvalho e Fondazione Pontedera. Após o período na capital paulista, fixou residência no Rio de Janeiro, onde estrelou Eu Te Amo Mesmo Assim (2010), musical supervisionado por João Falcão, diretor de Gonzagão – A Lenda (2012), do qual Laila fez parte por algumas temporadas.

A sua recriação do mito Elis Regina em Elis – A Musical (2013) provocou um verdadeiro fenômeno teatral de público e crítica, coroado com todos os principais prêmios de atuação do País: APCA, APTR, Bibi Ferreira, Cesgranrio, Quem, Reverência e Shell. No último ano, ainda esteve em O Beijo no Asfalto, versão musical de Claudio Lins para o clássico de Nelson Rodrigues, e estreou na TV na novela Babilônia, de Gilberto Braga, Ricardo Linhares e João Ximenes Braga.

Andréa Alves abraçou a empreitada de revitalizar a tragédia e as canções de Gota D’Água após produzir a recente montagem de Ópera do Malandro, em cartaz por quase dois anos com enorme sucesso popular. À frente da Sarau Agência desde a sua fundação, em 1992, também é a responsável pelo Festival Villa-Lobos e os musicais Grande Otelo – Eta Moleque Bamba!, Gonzagão – A Lenda e Auê, nova criação da Cia. Barca dos Corações Partidos.

Da mesma forma, a música sempre foi um elemento determinante no teatro de Rafael Gomes. Seu texto de estreia, Música Para Cortar os Pulsos (prêmio APCA de Melhor Peça Jovem, 2010), era estruturado a partir de citações musicais e trechos de letras, enquanto nos espetáculos seguintes a trilha sonora sempre exerceu um relevante diálogo com a dramaturgia, caso de Gotas D’Água Sobre Pedras Escaldantes (2014) e Um Bonde Chamado Desejo (2015), que lhe rendeu o Prêmio Shell de Melhor Direção. Ele considera Gota D’Água [a seco] o seu primeiro musical, embora prefira pensar na montagem como uma “peça com música”.

“Quando Andréa e Laila me convidaram para este trabalho, para além de todo deleite imediato que seria trabalhar com ambas, a ‘questão Chico Buarque’ também calou fundo. Não só pelos motivos óbvios, de Chico ser esse artista gigante, mas porque minha trajetória no teatro está carimbada pela obra dele. A primeira peça que fiz na vida foi como assistente de direção e dramaturgista de Calabar, em 2008, numa montagem dirigida por Heron Coelho. E já dirigi uma releitura de Cambaio, que chamamos também de Cambaio [a seco], em caráter de evento, com apenas sete apresentações”, conta Rafael, que sempre foi admirador de musicais, “de Brecht a Sondheim, passando pelos filmes da Disney e Bob Fosse. Espero que este seja o primeiro de vários”, ressalta.

 

Premiações:

Prêmio Cesgranrio – Atriz em Musical – Laila Garin.

Prêmio Cenym – Melhor Trilha Sonora Original ou Adaptada – Pedro Luis e Melhor Canção Original ou Adaptada – Cálice, por Laila Garin (voz) e Pedro Luís (arranjos).

Prêmio Arte Qualidade Brasil – Melhor atriz de espetáculo Musical – Laila Garin

Prêmio Musical Cast – Melhor Musical Brasileiro, Melhor Direção – Rafael Gomes e Melhor Atriz – Laila Garin.

 

Indicações:

Prêmio Shell – Melhor Figurino – Kika Lopes e Música – Pedro Luís.

Prêmio Aplauso Brasil – Melhor espetáculo Musical, Melhor diretor – Rafael Gomes, Melhor atriz – Laila Garin, Melhor arquitetura cênica – André Cortez

Melhor Iluminação – Wagner Antônio.

 

 

 

Ficha Técnica

De Chico Buarque e Paulo Pontes

Adaptação e direção: Rafael Gomes

Com Laila Garin e Alejandro Claveaux

Músicos: Antônia Adnet + 4 músicos a serem definidos.

Direção Musical: Pedro Luís

Cenografia: André Cortez

Iluminação: Wagner Antônio

Figurinos: Kika Lopes

Direção de Produção: Andréa Alves

Diretor assistente e direção de movimento: Fabrício Licursi

Design de som: Gabriel D’angelo

Preparação e arranjos vocais: Marcelo Rodolfo e Adriana Piccolo

Assistente de direção musical: Antônia Adnet

Assistente de cenografia: Rodrigo Abreu

Coordenação de Produção: Leila Maria Moreno

Produção Executiva: Monna Carneiro

Serviço

GOTA D`ÁGUA [A SECO]

Teatro Porto Seguro (496 lugares)

Al. Barão de Piracicaba, 740 – Campos Elísios

Informações: (11) 3226.7300

Bilheteria: Terça a sábado, das 13h às 21h e domingos, das 12h às 19h. Formas de pagamento: Todos os cartões de crédito e débito (exceto Cabal, Sorocred e Goodcard). Acessibilidade: 10 lugares para cadeirantes e 5 cadeiras para obesos. Estacionamento no local: Estapar R$ 20. Serviço de Vans: TRANSPORTE GRATUITO ESTAÇÃO LUZ – TEATRO PORTO SEGURO – ESTAÇÃO LUZ. O Teatro Porto Seguro oferece vans gratuitas da Estação Luz até as dependências do Teatro. COMO PEGAR: Na Estação Luz, na saída Praça da Luz/Rua José Paulino, vans personalizadas passam em frente ao local indicado para pegar os espectadores. Para mais informações, contate a equipe do Teatro Porto Seguro.

Vendas: www.ingressorapido.com.br e 4003.1212

 Site: http://www.teatroportoseguro.com.br/

Facebook: facebook.com/teatroporto / Instagram: @teatroporto

Sexta e Sábado às 21h | Domingo às 19h

Ingressos:

 R$ 80 (Plateia) | R$ 50 (Balcão/Frisas)

 

Duração: 100 minutos

Classificação: 16 anos

Gênero: musical

Reestreou dia 07 de Abril de 2017

Curta Temporada: até 07 de Maio

A INCRIVEL VIAGEM DO QUINTAL