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“Derrama”, da Cia Teatral As Graças, traça paralelo entre o universo feminino e os rios

Sinopse

Espetáculo, que marca os 30 anos de atividade do grupo, será apresentado ao ar livre no Parque da Luz

Por Redação Canal Teatro MF (publicada em 22 de julho de 2025)

Para comemorar seus 30 anos de atividade contínua, o grupo Cia Teatral As Graças estreia um espetáculo inédito, Derrama, uma alusão metafórica ao fluxo da vida tendo os rios como o sentido do movimento. A estreia é no dia 24, quinta-feira, às 15h, no Parque da Luz onde permanece por todo o fim de semana totalizando 6 apresentações e depois segue para as apresentações em parques, ruas e praças da cidade. A agenda será divulgada nas redes sociais.

O espetáculo é uma homenagem para a atriz Juliana Gontijo, fundadora do grupo, que partiu precocemente. Foi em 2019 que Juliana fez seu último projeto na companhia, uma experiência exigente e transformadora na circulação pelo rio Tapajós. “É desse rio que queremos falar, vida que não volta, que deságua em um outro lugar/mar. Das águas derramadas em choro e parto, das águas internas de sangue e inchaço. Também do movimento das águas no corpo das mulheres. Dos mitos de morte e de nascimento em geografias diversas, e nos rios enterrados e invisibilizados dessa cidade”, diz Vera Abud, também fundadora ao lado de Daniela Schittini e Eliana Bolanho.

Ensaio da Cia As Graças. Foto Cia As Graças/Divulgação

Com direção de Duda Maia, responsável por espetáculos marcantes, como os musicais Elza e também Auê e Jacksons do Pandeiro, ambos da Barca dos Corações Partidos, a 19ª peça da Cia é parte do projeto O Tempo e as Águas. “Duda é responsável por espetáculos que nos impactaram e nos quais a música e o movimento estavam muito bem integrados com a proposição da encenação”, diz Bolanho.

“Minhas encenações nascem do movimento. Sempre inicio um trabalho profundo de percepção física, e a partir deste estudo aparecem corpos com potência e qualidades que me interessam para a criação de um coletivo. Para mim, a beleza da cena está na corporeidade que cada intérprete descobre durante as improvisações e propostas de cena. A partir do movimento de quem está em cena eu começo a costurar a encenação”, acrescenta Duda.

Grupo majoritariamente feminino, As Graças tem como característica a criação coletiva da dramaturgia a partir de um disparador que pode ser uma poesia, uma inquietação ou mesmo uma geografia, como foi o caso do parque da Luz que deu origem ao espetáculo Marias da Luz. Definido o ponto de partida, é iniciada a pesquisa sobre o que pode ser pertinente e agregado ao espetáculo, criando uma plataforma imaginária para a criação.

“É um processo solto e lacunar, são fios que podem ou não tecer o resultado final. Para essa empreitada convidamos a dramaturga Cintia Alves por seu trabalho e competência com temas sensíveis e, sobretudo, neste projeto, por ser mulher”, diz Bolanho.

Serviço

Derrama

Parque Jardim da Luz – Praça da Luz, s/n, Bom Retiro.

Dias 24/07 (quinta) e 25/07 (sexta), 15h. Dias 26/07 (sábado) e 27/07 (domingo), 11h e 15h.

Grátis (em caso de chuva, a apresentação será cancelada)

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Ficha Técnica

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Serviço

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