Sempre que assisto a uma peça de teatro, fico imaginando a estrada que todos ali percorreram só para que eu, espectadora, ficasse satisfeita, de alguma maneira, com tudo que inventaram, criaram, reproduziram. E tudo ao vivo! Tudo lá, suor, lágrimas, riso, paixão. Tudo lá. Todos lá. Atores e atrizes diante de meus olhos e ouvidos atentos. Atores e atrizes se exibindo, é o que parece, mas na verdade estão à nossa mercê. Dissecados por nossa opinião, nosso juízo, nosso veredito!
Por isso, sempre vou ao teatro “desarmada”. Sim, vou querendo gostar. Sempre que vou ao teatro, vou sorrindo. Feliz. Sempre… e sempre como espectadora. Às vezes da plateia, da plateia muitas vezes, na verdade. De onde vem essa gente? E os observo, chegando, procurando seus lugares, suas idas ao banheiro, seus cafés, e os desavisados que não desligam seus celulares… Por que vieram? E eles continuam vindo aos teatro de rua, teatro de shopping, teatro de hotel, teatro, teatro… Só essa semana, mais dois serão inaugurados. O Teatro Net e o Teatro JSafra. E outros virão e mais e mais e mais atores e atrizes ao vivo e mais plateia ao vivo e eu lá, se Deus quiser. E eu lá. Em todos, sempre como espectadora, às vezes de mim mesma! Célia Forte
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