Grupo promete encantar crianças e adultos por meio da (re)contextualização do significado das fábulas clássicas, oferecendo uma abordagem ampla e inclusiva sobre a complexidade da vida atual
Por Redação Canal Teatro MF
Quando ouvimos a palavra fábula, ela nos remete a uma narrativa onde as personagens principais são animais e que trazem uma moral na história, objetivando um pensamento e uma lição. Na criação contemporânea, notam-se muitas recriações e adaptações de histórias clássicas e profundamente conhecidas que ganham novas contextualizações.
É o que a premiada Cia Articularte, especialista em teatro de bonecos e animação, pretende com a estreia de Desfábulas Cantadas, no Teatro Cacilda Becker. O próprio nome do espetáculo já diz ao que veio. Nessa (re)contextualização do significado das fábulas clássicas que a Cia propõe, os animais estarão nas histórias, mas sem as morais fixas trazidas por eles, propondo finais abertos para incentivar o público a refletir sobre questões como empatia, tolerância e respeito.
O que esperar do novo final de uma das fábulas mais conhecidas por nosso imaginário, A Cigarra e a Formiga, sobre a necessidade do trabalho e da preparação para o futuro, quando condena a cigarra a passar fome no inverno por ter ficado cantando no verão, enquanto as formigas trabalharam e conquistaram um tempo de geada com alimentação garantida?
Além desta, o grupo revisitou mais quatro histórias clássicas: A Raposa e o Corvo, sobre a importância da humildade e o perigo da vaidade; A Lebre e a Tartaruga, sobre paciência, perseverança e determinação; O Leão e o Ratinho, sobre gentileza e ajuda mútua; e O Lobo e o Cordeiro, sobre como a injustiça e o abuso do poder são usados para justificar atos cruéis.
Para trazer novos pontos de vistas sobre essas conhecidas histórias, o texto do diretor e autor Dario Uzam insere nessas narrativas personagens icônicos do folclore brasileiro que aparecem com suas magias e transformam as fábulas de maneira surpreendente.
São eles o Caipora, protetor das florestas e dos animais; o Saci Pererê, famoso pelas suas travessuras e brincadeiras; a Yara, guardiã das águas e rios; o Boitatá, a serpente de fogo que defende a natureza contra incêndios e a destruição; e o Curupira, que tem pés virados para despistar invasores das matas e, assim, proteger a fauna e a flora.
Com uma trajetória marcada por inovações cênicas e pedagógicas, a companhia tem se dedicado à criação de espetáculos que não só entretêm, mas também educam e provocam experiências inusitadas para os pequenos, utilizando para isso o teatro de animação.
No caso de Desfábulas Cantadas, são 20 bonecos e formas animadas criados por Surley Valerio, conduzidos por quatro atores animadores que também interpretam 13 músicas inéditas, que foram criadas por Thiago Schin, Raul Teixeira e Dario Uzam. A música ao vivo – com influência de estilos e ritmos como música romântica, reggae, rock e rap – não só dinamiza as cenas, mas também cria equilíbrios diferenciados entre as ações e trilhas sonoras.
Serviço
Desfábulas Cantadas
Teatro Cacilda Becker. Rua Tito, 295, Lapa. Tel.: (11) 3864-4513
Sábados e domingos, 16h. Grátis – retirar uma hora antes
Até 8 de setembro
