Peça marca a volta do grupo Circo Graffiti depois de um hiato de 15 anos
Da Redação Canal MF
Quando estreou em 1989, com o espetáculo Você Vai Ver O Que Você Vai Ver, de Raymond Queneau, o grupo paulistano Circo Graffiti logo arrebatou 17 prêmios, inclusive o de melhor espetáculo, representando o Brasil no exterior. Logo emendou uma série de espetáculos, como Almanaque Brasil, de Noemi Marinho (1993), Ifigônia (1994), O Gato Preto (2002), Alô, Alô, Terezinha! (2004) e uma variação deste musical, um remix, chamado De Pernas Pro Ar! (2006), que seguiu em viagem por diversas cidades.
Como cada artista seguiu caminho distinto, o grupo entrou em processo de hibernação e agora, 15 anos depois, volta a se reunir para montar o espetáculo Bossa Nova Cabaret Bar, no Teatro do Sesi-SP, uma comédia de variedades com números musicais que trazem histórias livremente inspiradas em personagens, fatos e canções da Bossa Nova. O ingresso é gratuito.
Trata-se de um espetáculo formado por quadros e que se passa em um bar com cenas inspiradas em canções do período inicial da Bossa Nova – principalmente entre o final de 1958 e 1963 – justamente os anos que marcam os primeiros álbuns de João Gilberto. A ação acontece no fictício espaço do “Copacabana Cabaret Bar”, em cenário criado por Attilio Martiñs, onde uma trupe de comediantes, atores e cantores faz um show sobre a Bossa Nova.
Em cena, a banda formada por piano (Pedro Paulo Bogossian), contrabaixo (Giullia Assmann), bateria (Rodrigo Mardegan), percussão (Jesum Biasin), sax e flauta (Ana Eliza Colomar) compõem este cenário, que traz ainda referências dos bares que revelaram muitos dos músicos da Bossa Nova como uma paisagem básica do bairro carioca de Ipanema.
“Nosso maior objetivo é o entretenimento do público através desse formato particular que é a marca registrada dos nossos espetáculos”, comenta Helen Helene, uma das fundadoras do Circo Graffiti. Ao lado de Pedro Paulo Bogossian, também um dos criadores do grupo, ela assina o texto e dirige o espetáculo.
Não se pretende reproduzir o momento de uma época, mas vários episódios encadeados como uma revista musical e inspirados em shows de cabaré europeu e no teatro brasileiro. “De certo modo o nosso trabalho entende que a nossa comédia é gerada por alguns princípios que são o deslocamento, muitas vezes de época, de lugar. Então as canções vão receber um tratamento carnavalizado para compor essa nossa comédia”, conta Bogossian, lembrando que nenhuma canção aparece exatamente como foi originalmente gravada, mas receberam novos arranjos e instrumentações.
“Acredito que essas composições da bossa equilibram e revelam um modo de cantar brasileiro que foge dos cantores com as grandes vozes, o que causou na época um impacto muito grande e que segue até hoje. Na Bossa, se equilibram os instrumentos com a voz, um um estilo de harmonia, ao mesmo tempo que ela mistura ritmos como samba, jazz, e até um toque de clássico“, completa Bogossian.
No elenco, estão Rosi Campos, Helen Helene, Rachel Ripani, Luciano Schwab, Conrado Caputo, Danilo Martho, Diego Gazin, Efraim Ribeiro, Flávia Teixeira, João Pedro Attuy, Larissa Garcia, Naiara de Castro e Paloma Rodrigues. A ideia é misturar gerações de atores, com suas diferentes características e experiências para falar de amor e de música.
Serviço
Bossa Nova Cabaret Bar
Teatro do Sesi-SP. Avenida Paulista, 1313
Quinta a sábado, 20h. Domingo, 19h.
Os ingressos gratuitos são liberados toda segunda-feira, a partir das 8h. Podem ser reservados no site www.sesisp.org.br/eventos
Até 4 de fevereiro de 2024
