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ANTIMADOX

De Matei Visniec

Direção e Adaptação: Louise Belmonte & Rodrigo Pocidônio

Depois de mergulhar na dramaturgia de Beckett sob a direção do mestre Yoshi Oida, nesta nova produção o Núcleo Performa aposta no diálogo com as tecnologias digitais para reler o universo absurdo do dramaturgo romeno Matei Vișniec numa encenação de Louise Belmonte & Rodrigo Pocidônio.

Antimadox é uma adaptação realizada pelos diretores Louise Belmonte e Rodrigo Pocidônio a partir da obra original de Matei Vișniec. No elenco temos Matteo Bonfitto, Suia Legaspe e Beto Amorim que na trama interpretam três personagens, amigos de longa data e que se encontram num bar/pensão deixado às traças numa cidadezinha decadente à beira mar. O texto mostra que mesmo com o passar do tempo que suas vidas são as mesmas, e que a cidade em que se encontram é uma cidade esquecida, perdida no tempo. “Eles parecem repetir as mesmas ações, as mesmas piadas, as mesmas brigas, dia após dia após dia, há incontáveis anos” comenta o ator e fundador do Núcleo Performa, Matteo Bonfitto.

O embate acontece nos últimos três dias onde as situações mudam e se tornam perturbadoras. Toda a paz e a imobilidade daquele vilarejo são questionadas por um forasteiro: seu nome é Madox.

Madox chega na cidade e desestabiliza cada um de seus habitantes colocando em xeque o sistema simbólico que sustentava suas relações sociais, afetivas e todas as suas certezas.

As três personagens do espetáculo passaram as três últimas noites a sós com esse homem: noites dionisíacas, regadas a bebida e jogatina. Os três tiveram um encontro com Madox que deixa um abismo em suas vidas tediosas e repletas de verdades. Mas algo é ainda mais difícil de aceitar: Os três passaram a três últimas noites sozinhos com o mesmo homem. Cada um em sua casa, ao mesmo tempo.

A suposta ubiquidade de Madox distorce as fronteiras do tempo/espaço como aquelas pessoas conheciam. Junto com essas noções da física clássica, ele também distorce toda a percepção do que é REAL para essas figuras.

A encenação apresenta essa narrativa e, aos poucos, é contaminada por esse erro no sistema cognitivo, físico, moral e social que Madox representa. Depois de acompanhar o início da narrativa, o público é subitamente lançado em outras possibilidades de habitação existencial.

Para o diretor Rodrigo Pocidônio, “A partir de certo momento do espetáculo não haverá mais uma lógica de continuidade temporal, nem uma delimitação clara do espaço, nem sequer definição individual dos sujeitos.”

Madox aparece em três lugares ao mesmo tempo e faz com que as personagens se questionem sobre suas noções de realidade, cognição, percepção, memória e verdade. Da mesma maneira, o público também será posto à frente com esses paradoxos através do jogo da encenação que articula videomapping, música, cinema, luzes e o jogo dos atores numa tentativa de criar um universo performativo tão singular quanto perturbador.

“Madox é um ponto de não retorno na vida das personagens. Como uma ponte que, ao ser atravessada, desmorona, sugerindo que, muitas vezes, desejo e medo caminham lado a lado. São gêmeos. E ao cair nesse abismo de si mesmos, guiados pelo estranho forasteiro, eles se deparam com algo que não pode ser nomeado. Algo que Clarisse Lispector brilhantemente plasmou na frase: não existe a palavra espelho. Apenas espelhos. E a sucessão de escuridões que há dentro deles.” conclui a diretora Louise Belmonte.

SINOPSE:

Três moradores de uma cidadezinha, à beira mar tem sua visão de mundo e suas verdades pessoais abaladas pela chegada de um forasteiro: o misterioso Madox.

Enquanto conversam sobre as noites que passaram, cada um na sua respectiva casa, bebendo e jogando com Madox, eles percebem uma possibilidade perturbadora: ao que tudo indica Madox tem a capacidade de estar em vários lugares ao mesmo tempo.

Essa figura ubíqua e misteriosa desestabiliza todo o sistema simbólico que sustentava as relações afetivas e sociais daquele vilarejo e os três personagens se vêem obrigados a um mergulho profundo nos seus abismos pessoais, que há tanto tempo estavam evitando.

No trabalho com Oida certas questões sobre o colapso civilizatório e
psíquico proposto por Beckett ganharam muita relevância, sobretudo frente
ao contexto polarizado da geopolítica brasileira, latinoamericana e mesmo
mundial. A ideia da Trilogia da Pós Verdade surge destas questões, como
continuidade da pesquisa iniciada em Fim de Partida.


Antimadox, direção e adaptação de Louise Belmonte e Rodrigo Pocidônio, a partir da obra original de Matei Vișniec é o primeiro espetáculo da trilogia, que seguirá com adaptações de O Inimigo do Povo de Henrik Ibsen e de O Processo, de Franz Kafka.

Antimadox é realizado pelo Núcleo Performa em parceria com o coletivo Máquinas Desejantes e a produtora Brancalyone Produções.

ANTIMADOX

(Sessões presenciais e sessões via streaming)

Espaço Parlapatões (58 lugares – 60% capacidade)

Praça Roosevelt, 158 – Centro.

Informações: 3258-4449

Sexta e Sábado às 21h e Domingo às 19h

Ingressos: R$ 20,00

Classificação Indicativa: 14 anos

Duração: 60 minutos

Estreia presencial dia 26 de novembro

Temporada presencial: 26/11 a 23/01/2022

Sessões de transmissão online (via YOUTUBE)

 Ingressos Gratuitos www.sympla.com.br

Dias 30/11 e 01, 02, 07, 08, 09, 14 e 15/12 sempre às 19h

FICHA TÉCNICA

Direção e Adaptação: Louise Belmonte & Rodrigo Pocidônio

Texto Original: Matei Vișniec

Elenco: Beto Amorim, Matteo Bonfitto e Suia Legaspe

Direção de Movimento e Preparação Corporal: Daniele Santos

Direção Musical e Trilha Sonora Original: Morris

Cenografia e Videoinstalação: Bijari

Iluminação: Camila Jordão

Figurino: Louise Belmonte e Rodrigo Pocidônio

Cenotecnia: Leo Ceolin

Alfaiataria: Maison de Lello

Performance Audiovisual: Thiago Liguori

Operação de Iluminação: Camila Jordão

Programação Audiovisual Integrada de Live Eletronics: Thiago Liguori

Cinegrafistas: Alice Krotozynska, Claus Lehmann e Pedro Athie

Produção Executiva: Fabrício Síndice

Administração: Thiago Marchine

Direção de Produção: Edinho Rodrigues

Realização: Brancalyone Produções, Máquinas Desejantes e Performa Teatro

Financiamento: Programa de Fomento ao Teatro da Secretaria Municipal de Cultura da Cidade de São Paulo.

SOBRE O NÚCLEO PERFORMA:

O NÚCLEO PERFORMA é um coletivo de pesquisa e criação cênica continuada fundado pelo ator, diretor e pesquisador Matteo Bonfitto em 2000, com a estréia no CCSP de Silêncio, de Peter Handke. Desde então, outras 15 obras foram criadas em colaboração com artistas como Beth Lopes, Fernando Bonassi e Yoshi Oida e apresentadas em diferentes países além do Brasil, como Chile, França, Itália, Suécia, Austrália, EUA, Reino Unido e Cuba.

Em 2019 o Performa entrou em uma nova fase com a montagem do espetáculo Fim de Partida de S. Beckett, direção de Yoshi Oida e Matteo Bonfitto, (com Bonfitto indicado ao Prêmio Shell de Melhor Ator) que fez temporada no Sesc Ipiranga e no Theatro Municipal de SP, além de apresentações no Festival de Teatro de La Habana de Cuba 2019. Neste processo se estabeleceram como integrantes do núcleo: Suia Legaspe e Rodrigo Pocidônio.

Sinopse

Ficha Técnica

Serviço