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ANIMAIS DE HÁBITOS NOTURNOS

Sinopse

André Fusko, Einat Falbel,

Rodrigo Caetano e Wanessa Morgado

 em

 ANIMAIS DE HÁBITOS NOTURNOS

Texto e direção Robson Phoenix

 Baseado na obra de Caio Fernando Abreu

Robson Phoenix compilou alguns contos da obra de Caio Fernando Abreu, um dos maiores escritores de nosso tempo, e considerado “escritor da paixão”, segundo Lygia Fagundes Telles, e fez a dramaturgia de Animais de hábitos noturnos, que

está em cartaz, às quintas e sextas, no Espaço Parlapatões 

A montagem de Animais de Hábitos Noturnos é baseada em alguns dos contos icônicos, como Dama da Noite, celebrando a prosa poética, irônica, furiosa, ácida e comovente de Caio, que está sendo redescoberto nos palcos pelas novas gerações que o conhecem muito bem através das redes sociais, onde se estabeleceu uma espécie de culto às suas máximas e frases geniais, o tornando um dos mais acessados e compartilhados “poetas” virtuais.

Robson Phoenix tem sua trajetória profissional ligada à obra de Caio Fernando Abreu. Há 20 anos encenou Pela Noite, no Rio de Janeiro, com Caio vivo e abençoando a montagem.

Animais de Hábitos Noturnos flagra quatro personagens, dois casais, numa noite qualquer, em lugar indeterminado, em alguma metrópole, repassando suas histórias de: (des)amor, sexo, solidão, carência, desejo, saudade, falta, tentativas, erros, acertos, desilusões e um resto de esperança. Os dois casais podem ser vistos como o mesmo casal, em tempos diferentes. E os quatro personagens, como em um móbile, também podem ser considerados a mesma pessoa, em momentos diferentes. Na dramaturgia do diretor, os personagens de contos hipnóticos como Dama da noite, Os sapatinhos vermelhos, Sem Ana, blues e Além do ponto conversam no palco, dialogam entre si, pela primeira vez. O conto Diálogo, em que A e B discutem se estão juntos, aparece em 4 momentos da peça, em todas as combinações entre os atores (pelos dois casais homem-mulher, pelas duas mulheres e pelos dois homens), num “embaralhamento” de gênero que transcende a questão da sexualidade e de rótulos: o que se propõe ali é retratar a condição humana, amores, desejos e dores, indistintamente. A Dama da noite e a mulher de Os sapatinhos vermelhos, por exemplo, são tão próximas que são “confundidas”, os textos se misturam de tal forma que elas são quase a mesma pessoa contando sua história de épocas ou ângulos diferentes.

Hoje em dia, como se diz “eu te amo”?  Caio sugere algumas respostas e são sinalizadas em Animais de Hábitos Noturnos.

Em 1994, em sua primeira direção profissional, Robson ligou para Caio – que já estava doente e tinha voltado a morar em Porto Alegre, com a família – e pediu para encenar Pela Noite no Rio de Janeiro. Caio não só concordou de imediato como ainda ficaram amigos e Robson ganhou do escritor gaúcho o testemunhal para o seu primeiro livro de poemas. Pela noite foi um sucesso, com temporada lotada por um ano. Na época, Caio fez um único pedido: “não me respeite muito. Quando adaptam meus contos para teatro, as pessoas pecam pelo excesso de respeito a mim e à literatura”. Depois de assistir ao vídeo do espetáculo, disse que poucas vezes tinha visto uma transposição tão feliz para teatro de um conto seu.

Ferreira Gullar era um dos escritores favoritos de Caio. Em Pela Noite, no próprio texto da peça, um dos personagens cita Gullar. Robson, próximo do poeta e crítico de arte maranhense, pediu que Gullar escrevesse um texto sobre e para Caio. A ideia era visitá-lo em Porto Alegre sendo mensageiro deste encontro literário até então inédito. Não deu tempo, Caio faleceu antes. Agora, para Animais de Hábitos Noturnos, Gullar finalmente escreveu um texto belo e tocante de apresentação para a montagem.

Um pouco antes de sua morte, em 1996, com Caio no Rio, às voltas com o lançamento do que seria seu último livro em vida, Ovelhas Negras, Robson, que só falava com o autor gaúcho por telefone, cartas e postais, finalmente o conheceu ao vivo, na noite de autógrafos do livro, num encontro comovente e inesquecível para o diretor.

 

Ficha Técnica

 

Texto, direção, figurino e direção de arte: Robson Phoenix
Baseado na obra de Caio Fernando Abreu
Elenco: André Fusko, Einat Falbel, Rodrigo Caetano e Wanessa Morgado
Luz: Yuri Cumer
Trilha Sonora: Vinícius Bini
Tango: Luciana Mayumi
Fotografia: Otávio Rotundo
Produção: Phoenix iltda.

Serviço

ANIMAIS DE HÁBITOS NOTURNOS

ESPAÇO PARLAPATÕES (98 lugares)

Praça Roosevelt, 158 – Centro

Bilheteria: 3258.4449

Terça a quinta das 16h as 21h; sexta e sábado 16h a meia-noite, domingo 16h às 20h. Formas de Pagamento: Dinheiro e todos os cartões de débito e crédito. Não aceita cheque.

Vendas: www.ingressorapido.com.br / 4003.1212

Quintas e Sextas às 21h

 Ingressos:

R$ 40

Duração: 80 minutos

Recomendação: 18 anos

Temporada 2015: de 08 até 27 de fevereiro

 

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