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A VIDA NÃO É JUSTA

Espetáculo que celebra os 70 anos de carreira de Emiliano Queiróz e Léa Garcia, “A Vida Não É Justa” estreia em São Paulo 

Idealizada por Eduardo Barata, montagem conta com a direção de Tonico Pereira 

Mais de dezoito mil audiências e uma sentença: A VIDA NÃO É JUSTA. Foi assim que surgiu a inspiração para o título do livro de Andréa Pachá, lançado em 2012. Dez anos depois, em projeto idealizado pelo produtor Eduardo Barata, a obra ganha dramaturgia de Delson Antunes e direção de Tonico Pereira. Sucesso de público no Rio de Janeiro, em temporadas no Sesc Copacabana e no Teatro Laura Alvim este ano, o espetáculo estreia em São Paulo no dia 4 de novembro, após uma grande turnê por cidades do interior do Rio, e celebra no palco os 70 anos de carreira de dois grandes atores: Emiliano Queiróz, 86 anos, e Léa Garcia, 89. 

Além dos dois icônicos veteranos, o elenco de “A Vida Não É Justa” também conta com Lorena da Silva, Duda Barata, Marta Paret, Rafael Sardão e Tom Pires. “Me senti muito prestigiado com o convite do Barata. É um enorme prazer trabalhar com atores do gabarito do Emiliano e da dona Léa, eles sabem mais do que eu! Basta segui-los que eu sei que dará tudo certo, tamanha sensibilidade e experiência”, revela o diretor Tonico Pereira.

Em 2016, o livro composto por 35 contos foi adaptado para a televisão e apresentado em um quadro no “Fantástico”, com Glória Pires interpretando a juíza. Para a versão teatral, foram escolhidas oito histórias, além do prólogo: “Casamento Não É Emprego”, “Quem Cuida Dele?”, “Tem Coisa que Não se Pergunta”, “Molhadinha 25″, O que os Olhos Não Veem”, “Sagrado É um Samba de Amor”, “Mas Eu Amo aquele Homem”, “Reconciliação”. “O trabalho de dramaturgia do Delson Antunes, em sintonia fina com Pachá, facilitou e muito o que eles queriam transmitir com o texto, para nós todos”, conta Tonico, sobre os casos de Vara de Família. 

O amor acaba, divórcios acontecem, investigações de paternidade são necessárias, os filhos sofrem, reconciliações ocorrem, situações inusitadas e cômicas transformam-se em soluções e as famílias adquirem novas estruturas. Como no livro alguns temas, por vezes, se repetem, o desafio da adaptação de Delson Antunes foi trazer para o palco histórias com uma variedade maior de conflitos.

“A gente pode viver grandes guerras, pode viver grandes hecatombes, mas no final o que define a nossa vida são essas pequenas questões que acontecem entre o nascimento e a morte. Como é que a gente ama, como se relaciona e lida com a perda? Essas questões que me interessam, e que nos interessam como humanidade, interessam para o teatro. E é por isso que conflitos, aparentemente tão banais, acabam despertando tanto interesse, porque eles falam de quem somos nós”, afirma a escritora Andréa Pachá

Única atriz brasileira a ter trabalhado num filme que recebeu o Oscar, Léa Garcia, dama do teatro e da história da dramaturgia brasileira, coleciona mais de 80 trabalhos no cinema, televisão e teatro. Ela estrelou o longa de produção francesa “Orfeu Negro” (1959), vencedor do Oscar de melhor filme estrangeiro, com músicas inéditas de Tom Jobim. Léa também participou do espetáculo que deu origem ao filme, “Orfeu da Conceição” (1956), de Vinícius de Moraes, que estreou no Teatro Municipal do Rio de Janeiro com cenário de Oscar Niemeyer. 

Em “A Vida Não É Justa”, a atriz , que interpreta três personagens diferentes, dá vida à “Molhadinha 25”, uma mulher que comete adultério virtual. Eu me questionei, afinal sou uma senhora de 89 anos, mas eu me lembrei que sou uma atriz e aí a Molhadinha apareceu”, conta Léa.  Além disso, a atriz ficou satisfeita por ser convocada para papéis versáteis que não levam em consideração sua idade ou cor de pele. “Recentemente só me chamavam para fazer Mãe de Santo ou mulher preta – agora foi para fazer, simplesmente, uma mulher”, festeja. 

Emiliano Queiroz, que começou a carreira aos 14 anos no rádio, e participou da antológica montagem de “O Pagador de Promessas”, de Dias Gomes, no Teatro Brasileiro de Comédia (TBC), tem no currículo mais de 120 personagens. Lenda viva do teatro, da televisão e do cinema, o ator recebeu com alegria o convite de Barata para fazer o espetáculo. “Precisava me exercitar. Não gosto de me sentir enferrujado. Foram dois anos que fiquei parado pela pandemia”, afirma Emiliano, feliz também com o reencontro com Tonico Pereira. “Não nos víamos há mais de trinta anos, desde quando ele me substituiu na primeira montagem de ‘A Ópera do Malandro’, na personagem Geni.”

Marta Paret, atriz e assistente de direção de Tonico, também se divide em cena em múltiplos personagens. “São todos muito ricos e diferentes. Na separação, enfrentam um momento em comum de ruptura, no qual devem encarar as consequências de suas escolhas para o resto da vida.” 

Para a estreante Duda Barata, a direção de Tonico foi fundamental para superar os desafios de interpretar mulheres diversas: “Sou uma pessoa muito racional, e isso, às vezes, atrapalha. O Tonico me balanceia, ele domina os sentimentos de forma maestral, suas dicas são pontuais e certeiras.” Rafael Sardão, da novela “Amor Sem Igual”, na Record, também faz coro sobre a delicada e precisa direção da peça. “Muito feliz em voltar aos palcos. Fiquei um tempo somente fazendo novelas. É um privilégio retornar ao teatro dirigido por Tonico Pereira, com esse elenco superbacana depois da pandemia”, conta. 

Lorena da Silva teve a oportunidade de estar com Andréa Pachá, que define como um encontro importante para dar vida à juíza: “É uma honra e um barato. Poder estar com ela antes dos ensaios e receber toda essa energia para entrar em cena não tem preço”. 

A Justiça é acionada como tema central do espetáculo, com a função de solucionar conflitos, mas também de lembrar, como diz a autora, Pachá,  “que a felicidade não é um direito, muito menos uma obrigação. Compreender nossa humanidade nos faz mais responsáveis pelo nosso destino.” Nesta encenação teatral, propõe-se um jogo no qual os atores e os personagens se revezam, ora na tarefa de vítima, ora na função de acusado, trazendo para a reflexão temas como diversidade, igualdade, justiça, respeito, tolerância e conflitos relacionais. 

“Cada ator vive mais de um personagem, dessa forma, o figurino se torna um elemento central para que o público reconheça de imediato essas mudanças”, comenta a figurinista Fernanda Fabrizzi. Ao longo do espetáculo, quase todos os atores estão no palco o tempo todo, seja em cena com a juíza, ou fora de foco, onde acontecem as trocas, no próprio palco. “Os atores usam uma roupa neutra base e ao longo da peça adereços vão se sobrepondo ao figurino, dependendo do personagem”, explica Fernanda.

A iluminação é de Paulo Denizot, que também divide a criação do cenário com Janaina Wendling. “A peça explora o absurdo que a realidade é, e a luz acompanha esse caminho, um falso realismo absurdo. Ela busca enfatizar os dramas que as pessoas passam, dando plasticidade e dinâmica para a peça”, pontua Denizot. “No cenário, manequins são usados para representar a massa humana. Somos arquétipos, procuro de maneira prática e poética trabalhar essa massa que se encaixa em personagens da vida real”, detalha Janaina.

“As escolhas foram feitas a partir do entendimento de cada história contada. A música é uma personagem ativa durante toda a narrativa e faz uma ligação dramatúrgica entre cada cena, despertando nos atores e no público ‘emoções baratas’, aquelas que tocam na memória e são extremamente populares, causando identificação imediata”, comenta Máximo Cutrin, responsável pela trilha sonora. Segundo ele: “as músicas com vozes femininas, e em sua maioria brasileiras, são uma grande referência também. Afinal, o texto foi escrito por uma mulher e a maior parte do elenco é composta por mulheres. E o teatro, sendo uma arte feminina, nada mais pertinente que a trilha musical seja embalada por elas.

O espetáculo é composto por um prólogo e 8 cenas, a juíza (Lorena da Silva) está em todas as cenas:

PRÓLOGO: Todos em cena

1ª Cena: MOLHADINHA 25; com Léa Garcia, Emiliano Queiroz e Tom Pires.

2ª Cena: CASAMENTO NÃO É EMPREGO; com Duda Barata, Tom Pires e Rafael Sardão.

3ª Cena: QUEM CUIDA DELE?; com Marta Paret e Rafael Sardão.

4ª Cena: TEM COISA QUE NÃO SE PERGUNTA; com Duda Barata e Rafael Sardão.

5ª Cena: SAGRADO É UM SAMBA DE AMOR; com Léa Garcia, Tom Pires e Rafael Sardão.

6ª Cena: O QUE OS OLHOS NÃO VEEM; com Duda Barata, Marta Paret e Tom Pires.

7ª Cena: MAS EU AMO AQUELE HOMEM…; com Marta Paret, Tom Pires, Duda Barata e Léa Garcia.

8ªCena: RECONCILIAÇÃO; com Léa Garcia e Emiliano Queiroz.

A Vida Não É Justa

De 11 de novembro a 04 de dezembro

SESC Santana

Av Luiz Dumont Villares, 579

Sexta – 21h / Sábado – 20h / domingo – 18h

R$40 (inteira) | R$20 (meia) | R$12 (credencial plena)

Sessões extras: 19 e 26 de novembro e 03 de dezembro sempre às 16h30

Duração: 75 minutos

Classificação: 12 anos

Venda de ingressos pela bilheteria ou no site do SESC.


FICHA TÉCNICA:

Texto: Andréa Pachá

Dramaturgia: Delson Antunes

Direção: Tonico Pereira

Idealização: Eduardo Barata

Produção: Barata Produções

Com:

Léa Garcia

Emiliano Queiroz

Lorena da Silva

Duda Barata

Marta Paret

Rafael Sardão

Tom Pires

Guilherme Dellorto (stand-in)

Gesto e movimento: Marina Salomon

Assistente de direção: Marta Paret

Cenário: Paulo Denizot e Jana Wendling

Figurinista: Fernanda Fabrizzi

Assistente de figurinista: Tuca Lima

Iluminação: Paulo Denizot

Trilha Sonora: Máximo Cutrim

Visagismo: Fernando Ocazione

Diretor de palco / assistente de produção: Tom Pires

Operador de luz: Rogerio Medeiros

Operador de som: Gutto Dutra

Programação visual: Ricardo Barata

Fotos: Cristina Granato

Vídeos: Pedro Murad

Assessoria de imprensa: Morente Forte

Direção de produção: Elaine Moreira

Coordenação geral: Eduardo Barata

Contato / Assessoria de imprensa:

Morente Forte

Beth Gallo – 11.99136-2200 ou Thais Peres – 11.94596-1312

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