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Leão que cuida de cachorro, golfinho que cria pinguim: é tudo família!

Sinopse

A exemplo das fábulas, “Zizinha, a Árvore e a Sombrinha”, novo espetáculo da Cia. das Cores, na Funarte, usa o reino animal para falar de temas sérios do mundo humano: adoção, acolhimento e novos arranjos familiares apoiados apenas no amor

Por Dib Carneiro Neto (publicada em 7 de novembro de 2025)

Você sabe o que é um santuário de animais? É o contrário de um zoológico. Os animais estão ali não para serem exibidos para o público, mas para viverem em paz. O santuário acolhe e oferece um lar seguro permanente para aqueles animais resgatados de maus-tratos, negligência ou exploração. Pois é justamente em um santuário desses que se passa a peça infantil Zizinha, a Árvore e a Sombrinha, que estreia na Funarte neste fim de semana.

Essa ideia excelente de fazer uma peça para crianças se passar dentro de um santuário de animais veio da veterana Cia. das Cores. Os autores são Edson Gon e Rodrigo Cesar. Especialmente para o Canal Teatro MF, Gon, que também assina a direção, respondeu a três perguntas sobre a peça. O espetáculo, segundo ele, fala de temas como acolhimento, adoção, pertencimento e as múltiplas formas de amor que constroem uma família. Os personagens principais são Zizinha, uma veterinária que cuida dos bichos resgatados, e Zezinho, um menino curioso. No elenco, estão Alexandre Medeiros, Beatriz Rosa e Wagner Cavalleiro

Por que é importante falar de acolhimento e adoção no teatro para crianças?
Falar de acolhimento e adoção no teatro para crianças é abrir espaço para que compreendam, de forma simbólica e afetiva, que existem muitas maneiras de se construir uma família e de se pertencer. A arte tem essa potência de tocar o que é delicado sem precisar explicar demais. Uma cena, uma música ou um gesto podem despertar empatia e compreensão mais profundamente do que longos discursos. Zizinha, a Árvore e a Sombrinha fala disso com leveza e poesia: a importância de ser visto, de encontrar um lugar no mundo e de aprender que o amor pode florescer em muitos formatos. No teatro infantil, tratar de acolhimento e adoção é fundamental em tempos em que o individualismo é fomentado. E também contribui para a formação do repertório emocional das crianças.

Para falar desses temas tão sérios e importantes, vocês escolheram a forma de fábula, ou seja, animais que falam e acolhem outras espécies. Conte um pouco sobre essa escolha. 
A escolha por relatar histórias de animais parte do desejo de facilitar a identificação da criança com as situações e ampliar, de forma lúdica, a compreensão simbólica sobre o que é pertencer e ser acolhido. A peça traz vários exemplos de acolhimento entre espécies diferentes, com histórias reais e outras não. Podemos citar um leão e um cachorro, que se tornam amigos e cuidam um do outro. Dois golfinhos fêmeas, que adotam um filhote de pinguim. Duas girafas machos que cuidam de um jumentinho. E assim por diante. Esses encontros mostram que o amor e o cuidado não têm fronteiras, seja entre espécies diferentes ou entre pessoas diferentes. No fundo, o que define uma família não é a origem, mas o vínculo de afeto e proteção. 

Cena do infantil Zizinha, a Árvore e a Sombrinha. Foto Edson Gon

Qual o conceito de sua direção neste espetáculo?
A encenação é pautada nos recursos cênicos pesquisados ao longo da trajetória de 25 anos do grupo Cia. das Cores, principalmente a partir dos dois últimos espetáculos: Chiquinha Gonzaga, a Menina Faceira e Tico-tico. Ou seja: uma dinâmica lúdica e poética com atores, bonecos, música e o canto. O texto Zizinha, a Árvore e a Sombrinha se desenvolve entre presente e passado. Nas cenas do presente, o encontro de Zizinha e Zezinho é feito por atores. E nas cenas do passado, que são as histórias narradas por Zizinha, serão utilizados bonecos em diversas técnicas de teatro de animação. A mobilidade e a transformação da cenografia, composta por módulos e fitas, estão intrinsecamente ligadas à encenação, devido aos diversos significados nas cenas. Tanto como espaços cenográficos distintos, como personagens bonecos. O elemento música, com canções de Ernesto Nazareth, entra na encenação para compor as atmosferas das cenas e também como base para as danças e brincadeiras.

Serviço

Zizinha, a Árvore e a Sombrinha

Complexo Cultural Funarte – Sala Carlos Miranda. Alameda Nothmann, 1.058

Sábados e domingos, 16h R$ 40

Até 30 de novembro (estreia 8 de novembro)

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Ficha Técnica

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Serviço

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