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“Macuco” entrelaça memória e debate socioambiental

Sinopse

Em cartaz no Sesc Pinheiros, peça escrita por Victor Nóvoa e dirigida por Luiz Fernando Marques, o Lubi, aborda a questão climática e a ancestralidade

Por Redação Canal Teatro MF (publicada em 23 de julho de 2025)

Sebastião, um entregador de aplicativos às vésperas da velhice, é levado de volta à ilha onde nasceu após sonhar com um novo incêndio que ameaça sua mãe, Cleide do Ilhote. A viagem o obriga a encarar traumas antigos, disputas fundiárias, a destruição de sua comunidade tradicional e a memória de uma relação interrompida com Bernardo. Tudo guiado pelo presságio de uma revoada de macucos – pássaros em extinção que habitavam sua infância.

Esse é o ponto de partida de Macuco, peça escrita por Victor Nóvoa e dirigida por Luiz Fernando Marques, o Lubi, que está em cartaz no Sesc Pinheiros. Memória, ancestralidade e resistência conduzem a trama, que pretende estimular um debate socioambiental.

Vitor Britto e Edgar Castro em Macuco. Foto Noelia Nájera

Protagonizada por Edgar Castro e Vitor Britto e com a participação especial da atriz Cleide Queiroz em vídeos, a trama confronta o apagamento da ancestralidade de Sebastião, a destruição de sua comunidade tradicional e as marcas da repressão sofrida desde a infância, incluindo sua relação homoafetiva com Bernardo.

Macuco reúne elementos do teatro narrativo e da experimentação audiovisual para construir uma encenação contemporânea composta por memórias pessoais e coletivas, ancestralidade e fabulação. Para Lubi, a proposta estética também é um gesto político.

“O cinema nasceu do teatro. Hoje, ele virou símbolo da era das telas – passiva, individual. Quando misturo os dois, crio atrito, falha, espaço para o público se reposicionar e reconstruir a experiência. Não quero só a atenção de quem assiste, quero a participação”, explica o diretor.

Edgar Castro e Vitor Britto em imagem promocional de Macuco. Foto Noelia Nájera

Essa fricção entre linguagens serve como metáfora para o convite coletivo que o espetáculo propõe. “A questão climática é uma tirania do homem sobre a natureza que volta contra nós. O teatro nos permite provocar o ‘ai de mim’ coletivo, que leva à ação: quem colocamos no poder, o que valorizamos, como reagimos. Só o coletivo nos tira desse sufocamento”, afirma.

A cenografia, também assinada por Lubi, é marcada por um grande mastro com uma vela de barco que gira 360 graus e serve de suporte para projeções. “Essa vela que se movimenta o tempo todo é como o próprio tempo da peça – contínuo, incontrolável, e que nos lembra que precisamos agir antes de sermos levados pela correnteza”, comenta Helena Cardoso, diretora de produção e assistente de direção do espetáculo.

Serviço

Macuco

Sesc Pinheiros. Rua Paes Leme, 195

Quinta a sábado, 20h. R$ 50

Até 30 de agosto (estreou em 16 de julho)

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Ficha Técnica

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Serviço

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