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“Laudelina” propõe mergulho poético na memória e na luta das trabalhadoras domésticas negras

Sinopse

Trajetória de Laudelina de Campos Mello, figura importante na luta pelos direitos trabalhistas no país, é o mote para criação do espetáculo que se apoia nas ancestralidades negras femininas

Por Redação Canal Teatro MF (publicada em 21 de julho de 2025)

Hoje no Brasil quase sete em cada dez trabalhadoras domésticas não têm carteira assinada. Durante a pandemia, mais de um milhão de postos de trabalho nesse setor foram destruídos. Se o quadro atual é esse, pode se imaginar que estas condições já foram piores, mas os movimentos das lutas sociais são alicerces para a mudança deste panorama.

A mineira Laudelina de Campos Mello, trabalhadora doméstica, militante e uma das figuras mais emblemáticas da luta por direitos trabalhistas no Brasil, nasceu na primeira década do século passado, menos de vinte anos após a abolição da escravatura no país. A sua história é parecida com a de muitas meninas e mulheres negras brasileiras. Ela começou a trabalhar aos sete anos de idade e abandonou a escola para cuidar dos irmãos enquanto a mãe trabalhava, mas rompeu esse paradigma em sua militância para construir condições de trabalho opostas ao que se aproximava à escravidão. 

Rafaele Breves em cena do espetáculo Laudelina. Foto Juliana Nascimento

O espetáculo Laudelina, em cartaz na SP Escola de Teatro, realizado pela Dupla Companhia, grupo sediado no interior paulista, se inspira na história desta mulher e reúne uma equipe formada majoritariamente por mulheres negras de diferentes regiões do país, conectando experiências do Rio de Janeiro, Distrito Federal, Minas Gerais, São Paulo e Pará. 

Com dramaturgia inédita assinada por Cristiane Sobral e Rafaele Breves e direção de Luiza Loroza, a montagem é protagonizada pela atriz Rafaele Breves, que entrelaça a história de Laudelina com memórias íntimas de sua própria linhagem familiar. “É um corpo em cena que traz não só a força das lutas passadas, mas também o peso e a beleza do que herdei das mulheres da minha família, que como Laudelina, foram cozinheiras, faxineiras, babás. E com esse solo, eu conto essa história como quem costura um tecido ancestral, ponto por ponto”, afirma Rafaele.

Outra cena de Laudelina, com Rafaele Breves. Foto Juliana Nascimento

Para Lucas Gonzaga, diretor artístico da companhia, o espetáculo dá continuidade a uma pesquisa que atravessa diversas montagens do grupo: “Temos como eixo a investigação entre Território, Memória e Identidade. Laudelina surge como um gesto de escuta e permanência. Não é uma biografia encenada, mas uma evocação poética das vozes que foram apagadas da história oficial”.

Serviço

Laudelina

SP Escola de Teatro – Sala Alberto Guzik (R1). Praça Franklin Roosevelt, 210

Sextas e aos sábados, 20h30. Domingos, 18h. Grátis. Retirada de ingressos somente pela internet na Sympla SP Escola de Teatro – www.sympla.com.br/produtor/spescoladeteatro

Até 27 de julho (estreou em 18 de julho)

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Ficha Técnica

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Serviço

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