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Conexões entre passado e presente ilustram a peça “Eu e Ela: Visita a Carolina Maria de Jesus”

Sinopse

Dirce Thomaz faz releitura da obra “Quarto de Despejo” em espetáculo solo e reafirma seu compromisso com a valorização do pensamento negro e com o teatro como espaço de resistência, memória e encontro

Por Redação Canal Teatro MF (publicada em 14 de julho de 2025)

Na semana passada, a escritora Ana Maria Gonçalves foi a primeira mulher negra a se tornar imortal pela Academia Brasileira de Letras. Sua obra prima Um Defeito de Cor, publicada no ano de 2006, expandiu a produção de romancistas negras que, ao longo dos anos, nota-se um número cada vez maior de publicações de escritoras pretas, mas ainda se faz necessário que essas escritas sejam cada vez mais conhecidas e lidas. 

Quase meio século atrás, no ano de 1960, Carolina Maria de Jesus (1914-1977) lançava o relato de seus dias, lutas e reflexões, em Quarto de Despejo, livro em que ela dava voz a uma mulher negra e favelada. A atriz Dirce Thomaz, diretora artística do grupo Invasores Companhia Experimental de Teatro Negro, faz uma releitura da obra de Carolina no espetáculo Eu e Ela: Visita a Carolina Maria de Jesus.

Dirce Thomaz em Eu e Ela: Visita a Carolina Maria de Jesus. Foto Paulo Pereira

Em 13 cenas, Dirce estabelece relações entre memória, cultura e desigualdade social. Para a atriz, a escritora é um oásis, já que muitos dos seus escritos ainda precisam ser descobertos. “Ela foi uma mulher muito livre: teve três filhos, não foi casada e foi professora. Mas, por ter morado na favela, acabou conhecida apenas como ‘a escritora favelada’. O lugar onde moram os artistas nunca é uma questão. Por que no caso dela é?”, completa.

O espetáculo, que já tem oito anos de estrada, se inspirou também no curta-metragem O Papel e o Mar, de Luiz Antonio Pilar. O filme encena o encontro ficcional entre a autora e o conhecido almirante negro João Candido Felisberto, líder da Revolta da Chibata, ocorrida em 1910 contra os castigos físicos sofridos pelos marinheiros nos navios. As apresentações percorrerão vários espaços da cidade como escolas, teatros e equipamentos culturais da capital paulista e tem início no palco da Sala Paissandu, na Galeria Olido.

Dirce Thomaz em outra cena de Eu e Ela: Visita a Carolina Maria de Jesus. Foto Paulo Pereira

Esta nova circulação será acompanhada de alguns encontros para ampliar o debate em torno da obra literária de Carolina Maria de Jesus e reafirmar a importância das vozes negras, dos povos originários e das comunidades quilombolas na construção da memória literária brasileira.

Serviço

Eu e Ela: Visita a Carolina Maria de Jesus

Galeria Olido – Sala Paissandu. Avenida São João, 473 

Terça e quarta, 19h. Gratuitos – Retirar na bilheteria com 1 hora de antecedência

15 e 16 de julho, terça e quarta

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Ficha Técnica

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Serviço

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